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Casos de dengue no Grande ABC recuam 91% de janeiro a setembro

Com pessoas em casa na quarentena cuidado foi maior, mas especialistas alertam para período crítico

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
06/10/2020 | 23:55
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Claudinei Plaza/DGABC


Os casos de dengue recuaram 91% de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado – de 1.799 para 162 confirmações, sem óbitos. A razão, segundo os especialistas, é a quarentena, quando as pessoas estão em casa e cuidam da limpeza de áreas propensas à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Mas o calor e a aproximação da época de chuvas acendem alerta para prevenir a doença, que pode matar, principalmente se a pessoa contrair o vírus pela segunda vez.

“O risco de gravidade e de morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabete e hipertensão, mesmo tratada”, alerta Adriana de Brito, gestora do curso de biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). São quatro tipos de dengue, dentre eles a hemorrágica, que também pode ser desenvolvida quando o indivíduo contrai a doença pela segunda vez. “A principal complicação é o choque hemorrágico quando ocorre a segunda exposição ao vírus da dengue de um tipo diferente ao contato primário.”

A dengue, a zika, a chikungunya e a febre amarela urbana, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, não são infectocontagiosas, ou seja, não é transmitida entre os seres humanos. Desta maneira, a prevenção mais eficiente é frear a reprodução do mosquito vetor. “Mesmo com a pandemia, deve-se manter os cuidados rotineiros, como a vacinação em dia, evitar objetos em locais que acumulam água a fim de acabar com criadouros de mosquitos, e não esquecer também das doenças crônicas, que podem ser controladas para evitar as complicações das infecções virais, incluindo a Covid”, explica Adriana.

Para combater o mosquito da dengue, as prefeituras da região garantiram que mantêm a fiscalização, orientação, prevenção, por meio de larvacidas, e avaliação de densidade larvária com adoção dos protocolos sanitários recomendados durante a pandemia. Em Santo André, além de vistorias de rotina em residências e de denúncias, a Prefeitura tem 115 imóveis cadastrados como pontos estratégicos, a exemplo de desmanches e cemitérios, que são locais com alto número de potenciais criadouros onde a fiscalização ocorre quinzenalmente.

A administração são-bernardense salientou que as equipes de controle de vetores e de supervisores foram orientadas para atuar no território onde residem, visando evitar a exposição ao novo coronavírus. A Prefeitura de Diadema afirmou que os agentes realizam vistorias externas nos imóveis e orientam moradores quando necessário. Na cidade, 58 pontos são vistoriados a cada 15 dias.

Em Mauá, a administração destacou que fiscaliza 47 pontos estratégicos e também vistoria, periodicamente, outros imóveis, incluindo UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e escolas. Em Ribeirão Pires, as visitas preventivas são realizadas nas áreas externas dos imóveis e a comunicação com os moradores é feita pelo interfone ou mantendo a distância de dois metros. Na cidade, a visita pelos cômodos do imóvel está vetada caso o responsável tenha mais de 60 anos.

Adriana lembra que não existe tratamento específico para a dengue, apenas os sintomas clínicos são tratados. Os pacientes devem evitar a automedicação, já que os medicamentos podem “estimular a destruição de plaquetas, aumentar a vasodilatação e, consequentemente, provocar hemorragias”. Os principais sintomas são febre alta, acima de 38,5°C, dores musculares intensas, dor de cabeça, falta de apetite e manchas avermelhadas pelo corpo. 




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