O Brasil atuou como "facilitador" do diálogo que levou o Irã a aceitar uma troca de urânio em território turco, afirmou um membro da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entrevistado por telefone de Madri (Espanha), onde o chefe de Estado brasileiro é esperado na tarde desta segunda-feira.
O acordo, assinado por Irã, Brasil e Turquia, prevê o envio ao território turco de 1,2 mil quilos de urânio levemente enriquecido (a 3,5%), para ser trocado no prazo máximo de um ano por 120 quilos de combustível altamente enriquecido (20%), necessário para o reator experimental de Teerã.
O membro da comitiva brasileira rebateu ainda a acusação de Israel de que o Irã teria manipulado Turquia e Brasil "simulando aceitar" um acordo. "Israel tem o direito de dizer o que quiser, mas esta é a primeira vez que o Irã aceita que seu urânio seja enviado para um terceiro país para a troca", declarou.
O acordo, completou, "está baseado nas propostas do Grupo 5+1, que até agora o Irã rejeitava".
O Grupo 5+1 é integrado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha), além da Alemanha.
Brasil e Turquia ocupam atualmente cadeiras de membros não permanentes do Conselho.
Lula, que aspira uma vaga permanente para o Brasil no Conselho, desembarca nesta segunda-feira em Madri para participar de uma reunião na terça entre UE (União Europeia) e América Latina.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.