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Belarus: 580 opositores são condenados à prisão
Da AFP
21/12/2010 | 09:56
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Quinhentas e oitenta pessoas que participaram da manifestação de protesto contra a reeleição do presidente bielorruso Alexandre Lukashenko foram condenadas a penas que vão de 5 a 15 dias de prisão, demonstrando a vontade do regime de reprimir uma oposição por demais dividida.

"Decisões judiciais foram tomadas em relação a 580 pessoas que participaram da ação da oposição em Minsk. De maneira geral, são sentenças que variam entre cinco e 15 dias de prisão", explicou o general Leonid Farmaguei, chefe da polícia de Minsk.

Além destas penas chamadas "administrativas", os condenados se arriscam a 15 anos de prisão se provada sua participação em "distúrbios maciços contra a ordem pública", acrescentou.

"Várias pessoas foram libertadas, entre elas os menores de idade e os pais de família", acrescentou.

"Também foram liberados alguns cidadãos estrangeiros, entre eles vários jornalistas".

Na noite de segunda-feira, o presidente Lukashenko disse que havia 639 opositores - "vândalos", segundo ele - detidos, e os ameaçou de prisão.

A eleição presidencial de domingo, ao término da qual Lukashenko, no poder há dezesseis anos, foi dado como vencedor no primeiro turno com quase 80% dos votos, foi seguida por uma manifestação de dezenas de milhares de membros da oposição. Esta foi reprimida brutalmente pela polícia após manifestantes terem atacado um prédio oficial.

Centenas de manifestantes foram detidos, assim como sete de noves candidatos à presidência.

Estados Unidos e União Europeia condenaram o uso da força contra a oposição em Belarus.

O autoritário presidente da antiga república soviética, no poder há 16 anos, obteve quase 80% dos votos no primeiro turno, de acordo com os resultados publicados pela Comissão Eleitoral. O órgão proclamou a vitória de Lukashenko e anunciou a cerimônia de posse para antes de 19 de fevereiro.

Sete dos nove candidatos da oposição foram detidos na noite de domingo, após a dispersão de milhares de manifestantes que denunciavam uma fraude generalizada no pleito.

A diplomacia americana mostrou-se especialmente preocupada com o candidato Vladimir Nekliaev, que foi "levado à força de um hospital de Minsk por pessoas desconhecidas". "Exigimos seu retorno são e salvo, sem demora", afirma a nota.

Além de Nekliaev, foram presos no domingo os candidatos Andrei Sanikov, Nikolai Statkevich, Rygor Kastusev, Vitali Rymachevski, Ales Mijalevich e Dimitri Uss. Centenas de pessoas foram detidas pelas forças de segurança, incluindo uma jornalista da AFP, Maria Antonova.

Iaroslav Romanchuk, um dos candidatos que não foi detido, fez um apelo à comunidade internacional para "que não seja indiferente à situação em Belarus".




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