Os investimentos anunciados neste ano para o Brasil dão grande destaque aos chineses. Estimativas da CCBIC (Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China) apontam que os anúncios em 2010 deverão chegar a US$ 25 bilhões, o que colocaria o país na primeira posição entre os maior investidores no Brasil. Segundo estudo da consultoria Deloitte, os investimentos do país no Brasil podem ultrapassar US$ 40 bilhões por ano até 2014.

Até o negócio entre a Repsol e a Sinopec ser anunciado, os projetos chineses para o País somavam em torno de US$ 20 bilhões, incluindo empréstimo de US$ 10 bilhões para a Petrobras que começou a ser liberado no fim de 2009.

O estoque de investimentos chineses - soma dos recursos colocados por empresas no País ao longo dos anos - deve ser o passaporte do país asiático para chegar ao todo da lista. Até agosto, somava US$ 11 bilhões.

Entre as aplicações mais recentes feitos pela China estão o da Sinochem - US$ 3 bilhões - por 40% do campo de petróleo Peregrino que pertenciam à norueguesa Statoil. Outro aporte expressivo foi anunciado pela Wuhan Iron & Steel que, ao lado da EBX, planeja US$ 3,29 bilhões para montar siderúrgica no Porto de Açu (RJ).

A estatal ECE pagou US$ 1,2 bilhão pela mineradora Itaminas. Na mesma área, a CMI adquiriu projetos no País por US$ 1 bilhão. Os sucessivos anúncios de investimentos chineses no Brasil não devem colocar o país asiático no topo da lista de investidores diretos estrangeiros, segundo critérios do Banco Central. A informação é do presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), Luís Afonso Lima.

De janeiro a agosto, segundo dados do BC, os investimentos diretos chineses somaram US$ 360 milhões, 14ª posição, com 1,5% do total de recursos direcionados ao País. O primeiro lugar é dos suíços, com US$ 5 bilhões, ou 20,6% do volume acumulado nos oito primeiros meses. No ano passado a China participava com 0,3% dos investimentos.