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Espaços e atrativos que fazem a fama da Avenida Prefeito Valdírio Prisco

Uma das principais vias de Ribeirão Pires, conta com 127 pontos comerciais e 105 imóveis residenciais

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
06/09/2020 | 23:59
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Nario Barbosa/DGABC


Os 3,6 quilômetros de extensão da Avenida Prefeito Valdírio Prisco – antiga Avenida Brasil –, em Ribeirão Pires, se dividem entre comércios, indústrias e residências há mais de 30 anos. Hoje, a via, que sai da Avenida Capitão José Gallo e segue até a Estrada da Colônia, passando pelos bairros Centro, Colônia, Jardim Panorama, Santana e Santa Luzia, reúne 127 estabelecimentos, entre lojas, empresas e prestadores de serviço. Também abriga 105 imóveis residenciais, disputados por quem gostaria de morar ali e por investidores, sobretudo porque dá acesso a quase todo o município e também a outras cidades do Grande ABC, do Alto do Tietê e rodovias.

A equipe de reportagem do Diário percorreu toda a via e ouviu dezenas de pessoas sobre o porquê de a avenida despertar tamanho interesse. A população destacou como ponto principal o fato de o percurso ser de ligação, tanto de acesso a bairros do município quanto municípios vizinhos, além de oferecer diversos serviços, tornando-se interessante para quem pretende ter comércio.

Proprietária do depósito Casas Próprias, Marisa Reinoso de Abreu, 58 anos, resumiu a avenida como o “melhor portal de acesso da cidade”. A ex-moradora de Santo André contou que se mudou para Ribeirão Pires em 1982 e que sempre cobiçou o ponto em que hoje tem seu comércio, principalmente por estar logo no início da via e próximo ao Centro.

Moradora do Jardim Valentina, ela afirmou que depois que a Prefeitura murou e canalizou o córrego que divide a Avenida Valdírio Prisco, o percurso melhorou, o que valorizou o endereço. “Embora seja uma avenida grande, aqui é muito calmo e limpo. É um lugar bom e um ponto de referência, mas que também mantém essa tranquilidade, que não existe em outros centros comerciais e avenidas de acesso em outras cidades”, pontuou a lojista.

O depósito, adquirido por ela em 1990, já existia antes e foi o segundo comércio a se instalar na via, perdendo o primeiro lugar para o Auto Posto MG, que fica ao lado do ponto de Marisa, inaugurado em 1976.

DIVERSIDADE
Além de relíquias, como o Ribeirão Pires Futebol Clube, o endereço abriga ainda espaços de peso como o Complexo Ayrton Senna; Corpo de Bombeiros; delegacia; Paço Municipal; Centro de Exposições e História Ricardo Nardelli; ciclofaixa de lazer (aos domingos e feriados, mas suspensa por conta da pandemia); o Fórum; escadaria de acesso ao Mirante São José (padroeiro da cidade); e pista de skate.

A via também é palco de dois eventos importantes da cidade, como a feira de domingo e a prova de atletismo Choco Run, que desde 2017 integra o calendário de aniversário da cidade.

NOMEAÇÃO
A via passou a ser denominada Prefeito Valdírio Prisco em 2012. Conforme a Prefeitura, a revista da cidade publicou, em maio daquele ano, logo após a morte do então prefeito (Valdírio Prisco governou Ribeirão Pires por três mandatos – 1973-1976, 1983-1988 e 1993-1996), a sugestão da homenagem.

Antes disso, Prisco havia homologado a nomeação como Avenida Brasil, mas o histórico é mais longo. No início dos anos 1970, o local foi iniciado como Avenida Marginal, à margens do Rio Ribeirão Grande, ainda em terra batida, e, em 1971, passou a se chamar Avenida José Maria de Figueiredo.

Willian, a joia lapidada no Ribeirão Pires Futebol Clube

Se tem um lugar conhecido na Avenida Prefeito Valdírio Prisco é o Ribeirão Pires Futebol Clube. Seja pelos 109 anos de história ou pela joia lapidada nas categorias menores do futsal que ganhou o mundo. Afinal, Willian, meio-campista da Seleção Brasileira, revelado pelo Corinthians e que está no Arsenal, time da Inglaterra, começou a dar seus primeiros chutes e dribles no clube, herança que ficou para cidade, já que sua fundação ocorreu quando o município ainda era comarca de Santo André.

O mais antigo clube do Grande ABC foi fundado em 8 de julho de 1911, sob a presidência de José Laurito. Com cerca de 50 mil m², a estrutura comporta hoje piscinas, quadras, academia, ginásios e salão de festas, que foi palco de eventos importantes do município – o clube já sediou, inclusive, o famoso Festival do Chocolate.

Atual presidente, Edvaldo dos Santos, 56 anos, disse que todas as pessoas de Ribeirão Pires, em algum momento, tiveram passagem pelo clube. “Nossa história vai além da cidade. Hoje, com cerca de 4.000 associados, ainda mantemos a tradição em alta e estamos, além de tudo, na principal via da cidade. Quem chega aqui (em Ribeirão Pires), de outros municípios, passa pela avenida, de onde somos vistos de longe”, disse, orgulhoso.

Edvaldo, que ficou por sete anos à frente da diretoria esportiva do clube, acredita que a fama do local se deve também ao sucesso do jogador Willian, que “saiu do clube para o mundo”. “O Willian começou a jogar bola aqui com a gente, e hoje é essa fera. Sou amigo do pai dele até hoje, e me orgulho muito de que ele seja parte da nossa história”, destacou.

Nascido na cidade, em 1988, Willian começou a jogar no clube aos 4 anos. Ali aprendeu parte do que no futuro lhe renderia uma carreira internacional. Hoje, com 32, o jogador mora em Londres com a mulher e duas filhas, mas garante não ter deixado suas raízes, até porque, desde 2016 é embaixador da Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência de Ribeirão Pires). “Minha relação com a cidade e com o Ribeirão Pires Futebol Clube é muito boa. Minha identidade com o clube sempre vai existir, e sou muito grato a eles e à cidade”, disse ao Diário.

O jogador afirmou que sempre que pode está na cidade para visitar parentes e amigos, e passa no clube para matar a saudade. “Joguei lá (Ribeirão Pires) até meus 9 anos, depois fui para o Corinthians e me mudei para a Capital. Mas, mesmo hoje em dia, sempre que dá, passo por lá”, disse.

Nascido em São Caetano, o pai de Willian, Severino Vieira da Silva, 59, disse que decidiu morar em Ribeirão Pires depois que se casou, por ser uma cidade a qual classificou como “muito gostosa e aconchegante”. Orgulhoso, ele afirma que foi feliz no município, onde nasceram os dois filhos, e afirma que seu amor a Ribeirão é para sempre. Ele ainda destacou o Ribeirão FC como parte da vida deles. “Levava o Willian para bater uma bola lá, e hoje ele é esse destaque. Tenho um carinho imenso pelo clube e pela cidade.”

Jardim Japonês é ‘abraçado’ pela via

Embora não fique oficialmente na Avenida Valdírio Prisco, o Jardim Japonês é considerado parte da via, já que fica acoplado ao Paço Municipal e ao Centro de Exposição e História Ricardo Nardelli, mais conhecido como Museu Municipal, onde está o famoso relógio da cidade.

Construído em 1971, o espaço abriga, em uma pequena área, elementos da cultura japonesa, entre os quais suas cerejeiras (sakura), símbolo de felicidade, que são a principal atração. Outros elementos fazem alusão ao país, como o lago de carpas, ponte, cascatas, monumentos, pedras-guias, plantas orientais, conjunto de cantaria oriental – tendo uma peça com gravação de poesia Hai-Kai, um portal (tori), lâmpadas de pedra (toro), arbustos topiados e pergolado com cobertura, todos eles com significados místicos característicos do taoísmo e do budismo.

O colorido de suas flores ganha os olhares e também os cliques dos visitantes. Não à toa, a equipe do Diário flagrou um casal de turistas que fotografava o espaço. Moradores de São Vicente, no Litoral paulista, Wagner Augusto, 42 anos, e Silvia Gomes, 37, estavam na cidade pela terceira vez.

Na contramão da população, que costuma fugir das cidades da Grande São Paulo para o Litoral, o casal busca visitar o local, principalmente pela tranquilidade. “Gosto muito do clima de Ribeirão Pires e estou estudando casas aqui para comprar futuramente”, revelou Wagner.

CULTURA
O Complexo Ayrton Senna é hoje o espaço cultural mais conhecido de Ribeirão Pires. O espaço abriga o Centro de Treinamento Vereador João Netto, Secretaria de Educação, Teatro Municipal Euclides Menato – e a Biblioteca Municipal Olavo Bilac em seu pavimento térreo –, tenda multicultural – que desde 2005 sedia o Festival do Chocolate –, e o Ginásio Oziris Grecco.

Outro ponto turístico da via é o Museu Aberto. Criado em 2011 como Museu a Céu Aberto, este equipamento foi regularizado por lei em 2015 e hoje é reconhecido oficialmente como museu público pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e Sisem (Sistema Estadual de Museus). Conta com acervo de mais de 100 obras, entre esculturas, monumentos, miniaturas e grafites. Todo o material pertencente está exposto no perímetro central e nas principais vias da cidade.<TL>BM 




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