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Greve lota caixa eletrônico de banco
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
05/10/2006 | 22:35
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Longas filas para acessar os terminais eletrônicos dos bancos do Grande ABC estenderam-se quinta-feira de manhã pelas calçadas no primeiro dia de greve por tempo indeterminado dos bancários de todo o país. Clientes desavisados foram pegos de surpresa em pleno dia de recebimento de salário e pagamento de contas. Sem atendimento direto nos caixas, restaram aos correntistas apenas os serviços alternativos das agências bancárias.

O aposentado Dirceu Sabino, de 54 anos, acordou cedo quinta-feira e partiu do Jardim Iguatemi, em São Paulo, em busca de atendimento no Itaú, em Santo André. Viagem perdida. As agências da Rua Senador Fláquer – principal concentração dos bancos da cidade – e de toda a região central permaneceram com as portas fechadas.

Para Sabino, apenas as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil estariam paralisadas quinta-feira. Ledo engano. “Eu achava que o Itaú estivaria funcionando. Preciso de um caixa para pagar umas contas e resolver uns problemas no banco”, conta o aposentado. Sabino pediu orientação a uma sindicalista. “As agências da Vila Gilda e da Vila Pires abriram hoje?”, questionou. Ela ajudou como pôde: “Itaú aberto só no Shopping ABC.”

A demanda pelos serviços dos terminais eletrônicos em agência do Unibanco, nos arredores da Rua Senador Fláquer, também aumentou. “Vixi! Vi a fila e pensei que fosse mais rápido o atendimento dentro da agência. Será que isso vai demorar?”, perguntou o estudante de Santo André Felipe Pinheiro, de 22 anos. A bancária explicou: “A agência está aberta só para pagamento de beneficiários do INSS”.

Na longa fila do Unibanco, muitas reclamações e também impaciência por parte dos clientes. “O Brasil merece. Elegem mensaleiro. Tem greve em dia de pagamento. É duro”, bradou um cliente, que não quis se identificar. “Ai, eu fico louca com o banco”, desabafou a pensionista do INSS Tereza Vasconcelos Ribeiro, de 52 anos.

Religiosamente, em todo segundo dia útil de cada mês a pensão de dona Tereza tem de ser depositada pelo INSS na conta do Unibanco. “Eu vim aqui ontem (quarta-feira) e não tinham depositado ainda na poupança. Hoje tem greve e eu não sabia disso”, lamentou. Duas viagens perdidas. Sem alternativa, entrou na fila do atendimento automático e seguiu as orientações da bancária que se esmerava para organizar os clientes.

O aposentado Gerdati Rodrigues, de 74 anos, saiu de São Mateus, na Capital, e também ficou sem atendimento no Unibanco. Ele tentou argumentar com seguranças do banco que precisava de atendimento. “Está em greve, meu senhor”, disse o vigia. “Que pena. Essa fila aqui fora desanima a gente”, rebateu o correntista.

Informado sobre a paralisação dos bancários, Rodrigues disse que não foi uma surpresa a falta de atendimento. “Ontem (quarta-feira), eu soube (da paralisação), mas hoje (quinta-feira), quando acordei nem lembrei da greve. Não acredito que vá durar muitos dias, não”, previu positivamente o aposentado. No ano passado, os bancos permaneram seis dias paralisados.



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