A nave Soyuz TM-32, na qual viajaram os três cosmonautas durante dez dias, sete deles na ISS, aterrissou às 2h59 de Brasília, 180 km a sudeste da cidade de Djezkazgan. Acolhidos em Karaganda pelas autoridades locais e por jovens vestidas de acordo com a tradição do Cazaquistão, Afanassiev e Kozeyev elogiaram Haigneré e afirmaram que sua presença "tornou mais nobre e bela" a missão franco-russa.

O comandante Afanassiev assinalou que todos os objetivos da missão foram cumpridos. Ele acrescentou que a bordo da ISS "o nível técnico das instalações é mais elevado do que na Mir (estação orbital russa), mas esta oferecia mais comodidade aos cosmonautas". A Mir, símbolo da época dourada da indústria espacial de Moscou, foi destruída em março de 2001 após 15 anos de serviços.

"Tudo a bordo da ISS foi feito para poder realizar experimentos científicos", assegurou Haigneré.

Este vôo tinha como objetivo levar à ISS uma nova nave espacial que servirá de cápsula de socorro e também começar uma série de experimentos científicos. A nave Soyuz TM-32 que estava na ISS foi separada do módulo Zaria e deslocada automaticamente para o módulo Pirs.

A Soyuz TM-32, que serviu como cápsula de auxílio durante mais de cinco meses, foi substituída pela Soyuz TM-33, na qual viajaram os três astronautas. Foi preciso substituir uma nave por outra porque o prazo de uso da Soyuz é de seis meses. Os três astronautas voltaram à Terra a bordo da Soyuz TM-32 que até agora estava na ISS.

Este foi o quarto vôo espacial de Afanassiev, de 52 anos, que passou um total de 545 dias em óbita a bordo da estação Mir.

Para o russo Kozeyev, de 33 anos, foi o primeiro vôo, enquanto que para a francesa Claudie Haigneré, de 44 anos, foi o segundo. Ela, que fala russo, ficou 16 dias na estação Mir, em 1996. Engenheira de bordo durante a missão Andrômeda, Haigneré tornou-se assim a primeira mulher européia a pisar na ISS.

Haigneré, que parecia um pouco pálida ao sair da cápsula de aterrissagem, confessou ter disfrutado mais deste segundo vôo espacial do que do primeiro porque "sabia a que me atentar".

Além disso, estava com pessoas que já conhecia e admirava há anos. "Somos amigos há muito tempo", disse a francesa antes de lembrar que Afanassiev foi comandante durante um vôo de seu marido, o também astronauta Jean-Pierre Haigneré, em 1993.

Prevê-se que a tripulação seja recebida esta quarta-feira à tarde na cidade de Estrelas de Moscou.