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PF indicia Atella e Cabral por quebra de sigilo fiscal
23/09/2010 | 08:53
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A Polícia Federal indiciou ontem o contador Antonio Carlos Atella Ferreira e o office boy Ademir Estevam Cabral pela violação do sigilo fiscal de Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, filha e genro do presidenciável José Serra (PSDB).

O delegado Hugo Uruguai Bentes Lobato, que preside o inquérito, imputa a eles os crimes de uso de documento falso e quebra de sigilo. Atella foi quem protocolou as procurações forjadas em nome de Verônica e Alexandre na Delegacia da Receita em Santo André, dia 29 de setembro do ano passado. Ele afirma, no entanto, que as recebeu já preenchidas e assinadas das mãos de Cabral, que nega.

Até agora, seis pessoas foram indiciadas - office boys, o contador e uma servidora do Serpro. Os detalhes da participação de Atella e Cabral no caso e o caminho das falsas procurações foram revelados à PF pela mulher do office boy Fernando Araújo Lopes. A pedido de Atella, ele solicitou que a servidora do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) Adeildda Leão dos Santos efetuasse a consulta de um lote de CPFs. Indiciada por corrupção passiva e quebra de sigilo, Adeildda já havia confessado a venda de dados tributários por valores entre R$ 50 e R$ 200.

E, em novo depoimento à PF, admitiu ter recebido por mensagem de celular a encomenda. Adeildda disse que a retirada do envelope branco com os dados fiscais dos contribuintes indicados por Lopes foi feita pela mulher dele - o office boy se recuperava de uma cirurgia dentária. A PF o indiciou por corrupção ativa e quebra de sigilo.

A mulher de Lopes não só confirmou a informação dada por Adeildda como apontou Atella e Cabral como os destinatários dos documentos. O encontro dos três ocorreu dia 8 de outubro em um bar no centro de São Paulo. Segundo ela, Cabral lhe entregou R$ 1.200 em dinheiro pelo serviço. Atella já havia dito que Cabral tinha pressa em obter as declarações para atender clientes de Minas e Brasília. Diante do novo indício, o delegado pôs ontem Atella e Cabral frente a frente para acareação. O contador confirmou a operação, mas reafirmou ter agido apenas como um intermediário entre Cabral e o despachante. Atella voltou a dizer que o office boy estava a serviço do advogado Marcel Schinzari.




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