Segundo Campelo, esse policial jamais esteve sob seu comando específico. Com relaçao a sua participaçao na repressao política, ele afirmou que é necessário olhar o momento histórico em que os fatos ocorreram. "Estávamos sob a égide de uma lei de segurança muito forte, restritiva da liberdade, mas legal e eu cumpria as determinaçoes que os códigos exigiam", afirmou Campelo. Ele disse ainda que se nao providenciasse a abertura de inquérito diante das denúncias que recebia estaria sendo omisso. Mas afirmou que sempre seguiu a lei "sem resvalar para procedimentos extra-legais.
Ao ser questionado pelo senador Eduardo Suplicy sobre sua convivência com o padre José Antônio de Magalhaes Monteiro, no Seminário Santo Antônio, Campelo confirmou que o castigo físico era uma modalidade da época, mas disse que jamais castigou o padre, que é hoje o seu principal acusador sobre práticas de tortura na PF.
O depoimento de Campelo continua sendo marcado pelo confronto entre os parlamentares da oposiçao e da base governista. Uns procurando reforçar as denúncias de que Campelo foi torturador e outros tentando protegê-lo.
A sessao do depoimento, que começou por volta das 10h20, passou por momentos de total descontrole e chegou a ser suspensa por cerca de 20 minutos. Campelo se recusou a responder perguntas por orientaçao do vice-líder do governo, Elton Rohnelt (PFL-RR), que o informou que o presidente da Comissao, deputado Nilmário Miranda (PT-MG), já teria condenado o diretor da PF ao pedir, nesta quarta, seu afastamento, sem tê-lo ouvido. Campelo alegou que nao tinha "condiçoes psicológicas" para continuar. O vice-presidente da Comissao, Nelson Pelegrini, entao assumiu a presidência, para que o depoimento pudesse prosseguir sem contestaçoes. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez questao de sentar-se à mesa da comissao, o que também já provocou protestos. Depois do intervalo e passado o tumulto o depoimento foi retomado. A sessao nao tem hora prevista para acabar.
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