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Importaçoes de alimentos caem 25,56% no trimestre
Do Diário do Grande ABC
28/04/1999 | 16:06
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As importaçoes de alimentos alcançaram US$ 878,4 milhoes no primeiro trimestre deste ano, cifra 23,56% inferior à registrada nos primeiros três meses de 1998, quando as compras externas somaram US$ 1.149,4 bilhao. Os dados sao do Sistema Integrado do Comércio Exterior (Siscomex) e demonstram a retraçao provocada pela variaçao cambial.

O abalo dos importados foi sentido por toda cadeia. A importadora Expand Grup Brasil, por exemplo, há 21 anos no mercado, fechou o trimestre com retraçao de 20% nas compras. A receita computada fecha negativa se comparada aos primeiros três meses do ano passado. "Os aumentos de preços atingiram 25% e foram escalonados para nao afugentar a clientela", explica Otávio Piva de Albuquerque, presidente da importadora e dono de sete lojas que trabalham com importados e mais dois restaurantes.

A estratégia da Expand, desde a segunda quinzena de janeiro, tem sido a mesma, para evitar queda nas vendas. Dos 1.800 tipos de vinhos comercializados, que respondem por 70% do faturamento, a importadora selecionou 350 deles sobre os quais concede descontos de até 20%. Alguns tipos de massas secas, azeites e conservas também seguiram o padrao dos vinhos.

"Escolhemos produtos com estoque alto para fazer promoçao e segurar as vendas", explica. Outra alternativa foi a renegociaçao com os fornecedores prazos de pagamentos e preços.

"Em alguns casos conseguimos reduçao de 10% nos preços e dobrar de 90 para 18O dias o prazo de pagamento.

Apesar de um princípio de ano nebuloso, Albuquerque está otimista com o desenrolar dos negócios. Abril deverá fechar com incremento de 12% nas vendas sobre idêntico mês de 1998 e cerca de 50% sobre março. "Neste caso o frio impulsionou a venda de vinhos que têm peso na receita", afirma. Para o ano projeta crescimento de 20% no faturamento, porém, o volume de importados deverá empatar com o ano anterior.

A La Pastina Importadora e Exportadora, há 51 anos atuando neste setor, e entre as três maiores empresas do ramo, cortou as compras lá fora desde a segunda quinzena de janeiro e só voltou a ativa neste mês, ainda assim, com certa cautela. "Neste período operamos com o estoque e reajustamos os preços em 30% para acompanhar a desvalorizaçao do real", conta Celso Fernandes, diretor comercial.

No trimestre, pelas suas contas, o volume importado caiu 50% sobre igual período do ano passado. Ele explica que só no começo de abril a empresa voltou a importar, mas num volume bem menor e a receita deverá ficar cerca de 20% mais baixa.

Para se ter uma idéia da retraçao nos negócios, a La Pastina deverá contabilizar um recuo entre 20% e 30% nas compras se comparado a abril do ano passado. O receio de problemas no andamento da empresa também obrigou à suspensao de investimentos. "A previsao de investir pesado em logística caiu por terra", afirma.

Com queda acentuada na importaçao, explica, hoje sobram espaços nos depósitos. A direçao da empresa ainda nao decidiu se retoma ou nao o projeto na área de logística, "prioritária na empresa". Fernandes refez para baixo as projeçoes. A previsao de crescer 15% no volume se reverteu e a projeçao é de queda de 30%. "A receita, em reais, deverá empatar com 1998", estima.




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