Os trabalhadores decidiram buscar acordos diretamente com as empresas depois da proposta feita pelo sindicato patronal Ceag-10 em reunião realizada no último dia 29, que previa reajuste salarial de 8%.

O presidente do sindicato, Paulo Lage, afirmou que a estratégia está gerando aumentos salariais de até 10%. "Estamos negociando com as empresas porque a proposta patronal, apesar de razoável, não corresponde às demandas dos trabalhadores."

Junto com as negociações, o sindicato deve continuar entregando indicativos de greve às empresas do Grande ABC. Até agora já foram entregues 100 avisos. Não houve paralisações nesta quarta.

Os metalúrgicos da Força Sindical do Grupo 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros) no Grande ABC também negociam aumento salarial com empresas.

A categoria, que não realizou manifestações nesta quarta na região, pede recomposição da inflação de 12 meses medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 4% de aumento real, num reajuste que fica próximo de 10%. Ainda não há data marcada para a retomada das negociações com o sindicato patronal, suspensas na semana passada.

"Essa é maneira que temos para conseguir o aumento, pois o sindicato patronal está oferecendo muita resistência para conceder o que pedimos. Mas ainda estamos aguardando a retomada das reuniões, pois queremos um acordo que beneficie toda a categoria", afirmou Cícero Firmino, o Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André - que também responde pelas cidades de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, ligado à Força, já fechou quatro acordos diretos. O sindicato de Santo André (que também integra a central sindical) não revelou quantos acordos tinham sido fechados até esta quarta.