A audiência pública que vai apurar os motivos pelos aumentos nas contas de água fornecida pela Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) debaterá também a tarifa social oferecida pela autarquia municipal. Vereadores e munícipes reclamaram bastante dos critérios adotados pela empresa pública para cadastramento de famílias de baixa renda para obterem descontos nos boletos.

Duas exigências adotadas pela Saned são os principais alvos das críticas. A primeira é a renda per capita estabelecida pelo projeto: a família não pode ultrapassar ganhos de R$ 140 por pessoa para ser enquadrada na tarifa social. A segunda é referente à entrevista social, na qual técnico da Saned avalia se a família realmente necessita do corte no valor das contas de água.

A renda per capita vigente na Saned impede que um trabalhador que ganhe um salário-mínimo mensal (hoje em R$ 622) e tenha três dependentes conquiste o benefício - a arrecadação por pessoa fica em R$ 155,50 neste caso.

"Por que não adotam o critério de quem está cadastrado no Bolsa Família recebe automaticamente o benefício da tarifa social?", sugeriu a vereadora petista Irene dos Santos, autora do pedido de audiência pública, referindo-se ao programa federal de transferência de renda. Segundo ela, Diadema possui 16 mil beneficiários do Bolsa Família e 2.000 munícipes que contam com descontos nas contas de água.

A Saned informou que os critérios para inclusão na tarifa social são os mesmos desde 2005, quando o programa foi criado. "Um dos critérios (para concessão do benefício) é a renda per capita estabelecida pelo Programa Bolsa Família", disse a autarquia.

Sobre a audiência pública, a Saned afirmou que "ainda não recebeu convite para participar do ato, mas a empresa está à disposição para prestar as informações que forem necessárias." A realização da audiência ainda não tem data marcada.