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Relatório indica que 56 jornalistas foram mortos no mundo em 2004
Da AFP
14/03/2005 | 17:11
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Pelo menos 56 jornalistas morreram em 2004 em todo o mundo enquanto exerciam a profissão, o número mais alto da última década. O Iraque continuou sendo o país mais perigoso para eles, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

No Iraque, pelo menos 23 profissionais e 16 empregados da imprensa morreram em 2004, o que tornou o conflito no país "num dos mais letais para a imprensa nesses últimos anos". Além disso, pelo menos 22 jornalistas foram seqüestrados no território iraquiano. 

De acordo com o relatório anual do Comitê para a Proteção dos Jornalistas sobre a liberdade de imprensa no mundo, 122 jornalistas foram detidos no ano passado, sendo que ainda há 42 em prisões na China, 23 em Cuba, 17 na Eritréia e 11 na Birmânia.

O segundo país mais perigoso do mundo para funcionários de meios de comunicação foi as Filipinas, onde oito jornalistas, na maioria de emissoras de rádio, foram executados. O relatório, porém, destaca que o trabalho da imprensa é bem livres neste local.

O Comitê cita também o Irã, que "tenta se opor à influência dos jornalistas e 'blogueiros' na Internet", enquanto a Rússia é acusada de ser contrária à informação independente nas emissoras de televisão.

O relatório acusou Cuba de continuar com o "assédio sistemático" de jornalistas e suas famílias no ano passado e embora tenha comemorado a libertação de seis jornalistas detidos no início de 2003, lembrou que 23 deles ainda continuam detidos. "Isto fez de Cuba um dos principais cárceres de jornalistas, atrás apenas da China", afirmou a organização.

América Latina -  Oito jornalistas foram assassinados em 2004 na América Latina, onde a falta de autoridade estatal deixou a imprensa vulnerável a ataques de grupos armados da Colômbia, de gangues no Haiti e de narcotraficantes no Brasil e no norte do México, informou também o CPP.

Apesar da existência de forças armadas, nenhum jornalista foi assassinado na Colômbia no ano passado, a primeira vez em mais de dez anos, segundo o informe. Neste período, mais de 30 jornalistas foram assassinados naquele país no exercício da profissão.

Segundo o comitê, a mudança na tendência em 2004 não reflete uma melhora nas condições da liberdade de imprensa na Colômbia, mas sim uma cultura de autocensura, sobretudo no interior do país.

"No México, na República Dominicana, no Peru, no Brasil e na Nicarágua, jornalistas foram assassinados como represália direta por seu trabalho jornalístico, enquanto no Haiti um jornalista estrangeiro foi assassinado quando homens armados abriram fogo contra manifestantes que pediam o processo do presidente deposto Jean Bertrand Aristide e celebravam sua partida", disse o CPP.

Segundo a organização, o aumento da violência na região está diretamente relacionado com a ausência de controle do Estado sobre amplas zonas dos territórios nacionais, o que deixou a imprensa vulnerável a ataques de delinqüentes e grupos armados ilegais.




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