O presidente Bill Clinton falou nesta quarta-feira à Organizaçao Internacional do Trabalho, em apoio a uma convençao para erradicar modos atrozes de exploraçao do trabalho de crianças. Primeiro presidente norte-americano a discursar na OIT, Clinton começou em Genebra uma viagem diplomática de uma semana pela Europa, em resultado do fim da campanha aérea da Otan contra a Iugoslávia.

Clinton discutirá com os aliados um plano de reconstruçao da devastada província sérvia de Kosovo e outras naçoes do sudeste europeu e uma reforma dos sistemas financeiros globais. Também negociará uma ajuda econômica aos países mais pobres do mundo.

O presidente norte-americano exortou nesta quarta-feira os 174 países membros da OIT a aprovarem um novo tratado proibindo o que chamou de ``impiedosas e abusivas formas de trabalho de crianças'. Clinton afirmou: ``Há crianças presas com correntes a máquinas perigosas, crianças manejando produtos químicos perigosos, crianças forçadas a trabalhar quando deveriam estar na escola, preparando-se elas mesmas e a seus países para um amanha melhor'.

O presidente prometeu enviar logo a convençao ao Senado americano para ratificaçao.

A OIT, uma organizaçao das Naçoes Unidas, calcula que pelo menos 250 milhoes de crianças, com idades entre 5 e 14 anos, trabalham em países em desenvolvimento. A metade trabalha uma jornada completa e muitos em condiçoes prejudiciais e de exploraçao. Um amplo tratado para reduzir o trabalho de crianças foi negociado pela OIT em 1972, mas nunca houve apoio mundial pleno. O novo tratado só proíbe as formas mais atrozes de exploraçao do trabalho de crianças, como a prostituiçao, a pornografia, a escravidao e o serviço militar.

Clinton se encontrará amanha em Paris com seu colega francês, Jacques Chirac, e o primeiro-ministro Lionel Jospin. Depois irá a Colônia, Alemanha, para a reuniao de cúpula anual das sete potências econômicas - Estados Unidos, Alemanha, Gra-Bretanha, França, Itália, Canadá e Japao - e a Rússia. Avaliarao, de sexta-feira a domingo, a reconstruçao dos Bálcas, um plano de alívio da dívida das naçoes mais pobres e a criaçao de novas estruturas financeiras globais.