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Julgamento de José Rainha pode ser adiado
Do Diário do Grande ABC
10/12/1999 | 19:54
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O julgamento do líder do Movimento dos Trbalhadores Rurais Sem-Terra (MST), José Rainha Júnior, marcado para a próxima segunda-feira (13), no Fórum de Vitória, pode ser adiado. Nesta sexta-feira, o deputado estadual Eudoro Santana (PSB-CE) disse que até agora só ele e o coronel da Polícia Militar Sebastiao Jorge Leandro, testemunhas de defesa de Rainha, receberam a carta precatória do juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Ronaldo Gonçalves de Sousa, convocando para o julgamento.

Segundo o parlamentar, as outras três testemunhas, os advogados e o próprio réu nao teriam recebido o documento. "Na semana passada, o Aton Fon Filho esteve em Fortaleza dizendo que nao haveria o júri porque o juiz nao havia enviado as notificaçoes", afirmou Santana. "Hoje, o Luiz Eduardo Greenhalgh me ligou confirmando que só duas testemunhas receberam de fato a carta precatória e que, por isso, o julgamento seria adiado". O juiz Ronaldo Sousa, porém, garantiu que todos os envolvidos no júri de segunda-feira foram "devidamente notificados". "Nao há nenhuma hipótese de o júri nao ser realizado", garantiu. Greenhalgh e Fon Filho nao foram localizados hoje pela Agência Estado. Até o começo da noite, a secretaria nacional do MST desconhecia a informaçao sobre o adiamento.

Crime - Rainha foi julgado em 1997 em Pedro Canário (norte do Estado), onde foi condenado a 26 anos e seis meses de prisao por co-autoria na morte do fazendeiro José Machado Neto e do PM Sérgio Narciso da Silva. O crime ocorreu durante invasao da Fazenda Ypuera, de propriedade de Machado, em junho de 1989. Em funçao de a pena ter sido superior a 20 anos, o líder sem-terra teve direito a novo julgamento.

Segurança - Na semana passada, relatório reservado da Polícia Militar do Espírito Santo apontou riscos para a segurança pública no local escolhido para o júri e pediu sua transferência para o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, mas o presidente do órgao, Wellington Citty, negou o pedido. O Fórum de Vitória fica na Cidade Alta, no centro antigo da capital capixaba, uma regiao comercial, com ruas estreitas e próximo a um hospital, ao Palácio Anchieta, sede do governo estadual, e à Assembléia Legislativa. Já o tribunal fica em área aberta, na Praia do Suá, distante do centro, onde, segundo a PM, haveria espaço para o acampamento dos sem-terra.

"Realmente, o Fórum de Vitória oferece muito risco, mas o Judiciário é independente e se assim ele decidiu, temos que obedecer", lamentou o chefe do Comando de Polícia Ostensiva da PM na capital, coronel Michel Pedrosa Bassul. Ele nao quis revelar o número de policiais que vao fazer a segurança, mas disse que todos os quatro batalhoes de Vitória, inclusive o de Choque "estao de prontidao".




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