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Ciclo debate em SP a produçao cinematográfica no Brasil
Do Diário do Grande ABC
22/06/1999 | 15:17
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Passados a euforia do renascimento e o surto da produçao da era do real, o cinema brasileiro está novamente em crise. Há dezenas de filmes prontos e à espera de distribuiçao, sem salas para chegar ao público. Na outra ponta, apesar do mecanismo da Lei do Audiovisual, que permite às empresas aplicar parte do seu Imposto de Renda no cinema, há um evidente decréscimo nos investimentos. Partindo desses dados, o Grupo de Cinema de Sao Paulo, ligado ao Cinusp, promove um ciclo de debates para discutir o atual estágio do cinema no país.

O Grupo de Cinema edita a revista Sinopse, que será lançada nesta terça-feira no Espaço Unibanco, em Sao Paulo. O número 1 da revista já dá o tom do que vai ser a discussao. Num artigo de fundo escrito por Maria Dora Mourao e Newton Cannito (ela é professora de Cinema da ECA-USP e coordenadora-geral do Cinusp), a conclusao é que é preciso investir em educaçao e cultura para garantir a viabilidade comercial do cinema brasileiro.

Serao três mesas-redondas, sempre a partir das 21h30, na Sala 4 do Espaço Unibanco. A primeira, nesta quarta, discute os caminhos estéticos do cinema brasileiro contemporâneo, com a participaçao dos diretores Joel Pizzini e Alain Fresnot (que também é produtor), do produtor e distribuidor Bruno Wayner, do crítico Inácio Araújo e do diretor do MAC-USP e professor do Departamento de Biblioteconomia e Documentaçao da ECA-USP, José Teixeira Coelho.

Quinta-feira, o tema será a política cultural para o cinema brasileiro e o audiovisual, com a participaçao do diretor Roberto Farias, que foi presidente da ex-Embrafilme, do produtor Luiz Carlos Barreto e do diretor-geral do Espaço Unibanco, Adhemar Oliveira. Na sexta, Maria Dora Mourao coordena a mesa que vai discutir a formaçao profissional em cinema e audiovisual e os mecanismos de apoio à produçao de jovens realizadores. Ela diz que é prioritária a constituiçao de um programa de apoio e incentivo à formaçao nos vários níveis técnicos e artísticos. E destaca que, enquanto em outros países a formaçao em cinema e audiovisual é considerada fator fundamental no contexto da produçao, o Brasil nunca deu muita importância a esse quesito. Sem formaçao de técnicos e artistas, Maria Dora nao acredita na possibilidade de fortalecimento do cinema brasileiro. E o que o ciclo de debates pretende é justamente apontar caminhos para a soluçao da crise.




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