A Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU, evento que ficou conhecido como Rio+10, em Johannesburgo (África do Sul) terminou nesta quarta-feira sem definir medidas efetivas de combate à pobreza e à autodestruição do planeta. O documento final da cúpula, de quase 70 páginas, frustrou as expectativas dos países em desenvolvimento e dos representantes de organizações não governamentais (ONGs).

Os maiores avanços da Cúpula da Terra foram o anúncio do governo russo de ratificação do protocolo de Kyoto, que trata da redução de emissões de gases que causam o efeito estufa, e o compromisso dos países de reduzir pela metade o número de pessoas que não possuem água potável.

De acordo com representantes das ONGs, continuam sem resposta grandes questões como a redução dos subsídios agrícolas do primeiro mundo e a conseqüente abertura dos mercados.

O presidente do Equador, Gustavo Noboa, escolhido com seu homólogo brasileiro Fernando Henrique Cardoso porta-voz dos interesses latino-americanos, afirmou nesta quarta-feira que "Nesta conferência exigimos coerência entre os discursos e os atos".

No entanto, representantes latino-americanos saem da cúpula de Johannesburgo com a frustração de não terem obtido metas concretas em questões como a energia ou a redução do protecionismo mas com a satisfação de terem se unido na hora de pressionar os países do Norte.