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Varig descarta entrar em guerra de tarifas
Do Diário do Grande ABC
15/02/2000 | 18:23
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A Varig nao entrará em uma guerra de tarifas para responder às reduçoes de preço oferecidas pela concorrência, garante o presidente da companhia, Fernando Pinto. Há cerca de um ano e meio, as empresas aéreas brigaram fortemente por tarifas. Este mês, a Vasp decidiu cortar pela metade a tarifa da ponte-aérea entre Rio e Sao Paulo e pretende anunciar promoçoes para outros trechos. "Se a Vasp tem baixa ocupaçao nos vôos da ponte-aérea, entao ela precisava mudar a estratégia, mas nós, que temos passageiros freqüentes e ocupaçao de 68%, investimos na melhoria dos serviços", afirmou.

A Vasp - que esteve sob holofotes por causa de sua dívida junto à Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), cuja primeira parcela, de R$ 1,466 milhao, foi paga na semana passada - diz que a ocupaçao na ponte-aérea saltou de 22% para 89%, em média. Por isso, deve solicitar ao Departamento de Aviaçao Civil (DAC), nesta terça ou nesta quarta-feira mais 14 freqüências, para dobrar seu tempo de vôo nesta rota. O porta-voz da Vasp, Ruy Nogueira, informou que até o final do mês os descontos serao estendidos a Uberlândia (MG), Ribeirao Preto, Campinas e Sao José do Rio Preto (SP), Campo Grande (MS) e Londrina (PR).

Nogueira refuta o presidente da Varig e garante que foi a concorrente quem começou a guerra de tarifas, quando dobrou as milhagens concedidas aos passageiros da ponte-aérea e passou a oferecer preços tao vantajosos quanto os da Vasp, mas aos grandes clientes.

Segundo Pinto, o foco da Varig é o atendimento ao cliente, com a oferta de tarifas "adequadas". Ele informou que, em fevereiro, a ocupaçao média nos vôos domésticos foi de mais de 70%, ante 64% em fevereiro de 1998. Nos vôos internacionais, a ocupaçao cresceu de 68% para 75%. A companhia inaugurou nesta terça-feira suas instalaçoes no novo terminal do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeao), para onde transferiu seus vôos nacionais e internacionais.

O investimento da Varig nas salas VIP, com 1.400 metros quadrados, foi de R$ 5 milhoes. As salas serao compartilhadas com as outras companhias do acordo operacional Star Alliance que atuam no Brasil - Lufthansa e United Airlines. Pinto afirmou que estas instalaçoes compartilhadas também estao previstas para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Sao Paulo, quando for construído o Terminal 3.

Dívida - A Varig conseguiu reduzir o principal de sua dívida em US$ 700 milhoes nos últimos três anos. Nesse período, a empresa também pagou US$ 300 milhoes em juros da dívida e, por uma medida contábil, tirou do item endividamento, no balanço, pouco mais de US$ 300 milhoes em leasing de avioes.

Segunda-feira a Varig comunicou à Comissao de Valores Mobiliários (CVM) que sua dívida em 31 de dezembro passado somava R$ 1,7 bilhao, e o faturamento em 1999 foi de R$ 4,4 bilhoes. A dívida total inclui o parcelamento dos débitos junto ao governo, sobretudo com a Infraero e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e cujo principal é de R$ 124 milhoes. A média de endividamento é de 8 a 10 anos. A Varig vai pagar R$ 320 milhoes entre 2000 e 2001 e R$ 80 milhoes nos anos seguintes.

O presidente da companhia voltou a dizer que fusoes e aquisiçoes nao estao no planejamento estratégico da Varig. Mesmo tendo equacionado as dívidas, a empresa ainda conversa com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre um pedido de empréstimo, e pode recorrer a outros financiadores.




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