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Eleições de comissões testam base de Reali
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
07/01/2011 | 07:51
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As eleições das comissões permanentes do Legislativo de Diadema vão colocar na parede a fidelidade da base governista com o prefeito Mário Reali (PT). Caso a bancada do PT não tenha apoio para eleger os presidentes das principais comissões, os "aliados" podem passar a ter um "novo tratamento" por parte do governo, prometem nos corredores do governo.

Reali estaria aguardando o comportamento dos aliados "rebeldes" para emplacar alguma penalidade se forem reincidentes nos atos indisciplinares à administração, ainda segundo corredores do Paço. O prefeito não cancelou nenhum dos benefícios, como cargos e participações no governo, dados aos aliados desde que os mesmos derrubaram a reeleição de Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), à presidência da Casa. A base governista contava com 14 dos 17 vereadores. Laércio Soares (PCdoB) derrotou o Maninho com nove votos, três da oposição e seis, incluindo ele, da base governista, no fim do ano passado.

A presidência das comissões é o que está em jogo nas eleições e caso o PT não saia com maioria e as mais importantes, os aliados poderiam perder o status de "parceiros". O pleito ocorre no dia 3, quando a Câmara retoma os trabalhos. O regimento da Casa leva em conta a proporcionalidade e determina que, as maiores bancadas tenham mais vereadores participando das comissões. "Vamos respeitar a proporcionalidade. O PT tem a maior bancada e será respeitado", garantiu o presidente do Legislativo Laércio Soares.

O discurso também é promessa do vereador Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), um dos mais entusiasmados com a saída do PT do comando do Legislativo. "Essa discussão é diferente da eleição da mesa e não discutimos isso. Vamos respeitar a proporcionalidade". Do lado petista a expectativa é a mesma. "Acredito que a bancada do PT, por ser a maior da Casa, será respeitada", comentou o líder do governo Orlando Vitoriano.

No entanto, o plenário elege três representantes para cada comissão, o presidente, quem emite o parecer sobre os projetos de lei, é escolhido entre os três. É nessa microdisputa que os ânimos devem se acirrar, já que os vereadores petistas podem ser atendidos na proporcionalidade, mas ficariam sem o poder de presidir as comissões.

O PT leva vantagem com cinco vereadores, seguido do PSDB com três e de PV e PSB com dois. PMDB, PCdoB, PSC, PRB e PTB, tem um parlamentar. Na eleição da mesa o PT fechou com PV e PMDB. Se a lógica dos nove vereadores que elegeram Laércio seguir, o PT só garante presidências se tiver, além dele mesmo, um peemedebista ou um verde na comissão.

Além da relação custo-benefício entre governo e aliados, a eleição pode marcar o início da campanha eleitoral de 2012, evidenciando que os aliados não estarão juntos com Reali na disputa pela reeleição.

 




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