O desenho animado clássico perdeu uma de suas principais duplas. Não é Tom e Jerry nem Zé Colméia e Catatau ou Scooby Doo e Salsicha. São todos eles e mais Os Flintstones, Dom Pixote, Manda-Chuva, Jonny Quest, Os Jetsons e outros ícones pop que ficaram órfãos de pai e pai. Joseph Barbera (1911-2006) morreu segunda-feira; William Hanna (1910-2001), há cinco anos.

Barbera morreu aos 95 anos em Los Angeles. Encerra-se um ciclo de animação produzida para adultos no cinema, anos 1940 e 1950, e horário nobre da TV, anos 1960, quando Os Flintstones tinham audiência cativa (como Os Simpsons hoje).

Nas reprises pelas manhãs, a garotada foi conquistada, mas com perdas. Vigorou a noção que criança não liga para alta qualidade. A partir de meados dos anos 1970, os desenhos eram inferiores, os diálogos menos espirituosos e irônicos e os temas repetitivos. Japoneses (animes) conquistaram esse nicho, e outras companhias, que aliavam venda de bonecos a desenhos (como He-Man) entraram em cena.

Hoje, clássicos HB são satirizados no segmento Adult Swim do canal pago Cartoon Network, em Harvey, o Advogado, onde o Homem-Pássaro tenta livrar personagens como Fred Flintstone e Speed Buggy de encrencas com a lei.

Hanna e Barbera começaram a carreira em 1932. Hanna, na Warner; um ano depois estava na MGM. Barbera foi cartunista num pequeno estúdio, e em 1936 foi para a MGM. Em 1940, a dupla se uniu para criar Tom e Jerry. Venceram sete Oscar. Com o encerramento da animação da MGM em 1957, criaram o Hanna-Barbera Studios e produziram comerciais e abertura de séries – A Feiticeira, por exemplo – além de desenhos.

O dono dos canais CNN e TNT, Ted Turner, comprou o acervo do HB Studios em 1991 e criou o Cartoon Network. Hoje o canal nem exibe mais os clássicos HB, que são vistos no canal Boomerang. As produções do HB Studios, após a compra de Turner, passaram a se chamar Cartoon Network Studios – Laboratório de Dexter e Johnny Bravo entre elas. Há dez anos, o acervo foi vendido à Time Warner.