Vereador licenciado e secretário de Esportes e Turismo de São Caetano, Gilberto Costa (PTB) jogou a toalha para ser vice do PTB da pré-candidata Regina Maura Zetone, indicada do Paço. "Meu compromisso encerra dia 31 de dezembro de 2012, junto com o governo (José) Auricchio (Júnior-PTB)."

A decisão também é motivada pelo desejo do alto clero petebista em abrir a chapa majoritária a aliados, quebrando tradição de chapa pura do PTB que se prolonga por uma década, como disse Auricchio ao Diário, no sábado.

Gilberto, que saiu do PP com desejo de ser indicado como candidato a prefeito, o que não conseguiu, frisou nunca ter dito que almejava a vaga. "Sempre falei que queria ser prefeito, e que agora sou candidato a eleger Regina Maura prefeita, independentemente de quem for o vice", explicou, e até apontando PSDB, PP e PSB como siglas com chances a compor dobrada.

Até recentemente, o vereador licenciado frisara que seu nome estava à disposição da base situacionista para temperar o caldo e garantir musculatura da pré-campanha de Regina Maura. Porém, disse que aceitaria o ensejo da vice caso fosse agraciado para a função.

Outro indício de que Gilberto ainda lutava pela dobrada foi no início de abril, quando abdicou de licenciar-se da secretaria para concorrer à vereança - pleito do qual poderia sair reeleito (foi o mais votado para a Câmara em 2008).

Reduzido politicamente por não concorrer a cargos eletivos neste ano, Gilberto disse que não está sem opções, caso não configure presença no primeiro escalão em janeiro, se a petebista vencer. Mas tem sido recorrente a aposta, nos bastidores, que Gilberto mantenha-se no governo. Apesar disso, o secretário descartou que haja acordo nesse sentido. Disse estar disposto a colaborar com o grupo no futuro - não importa onde. "Se Regina me convidar para compor governo, vou aceitar com muito carinho e respeito. Se não, vou para casa cuidar dos meus negócios."

Gilberto assinalou que não coloca "faca no pescoço de ninguém" - sugerindo que outras lideranças políticas fazem exigências em reoca de fixar aliança com o PTB na eleição.

ACERTOS

Prova de que a sigla quer costurar consenso sobre abrir a vice - estratégia para segurar os cerca de 20 siglas ao lado do PTB - é de que haverá, nos próximos dias, duas reuniões. Uma com a bancada petebista e, depois, com aliados, para externar o desejo da chapa mista, segundo o vice-prefeito Walter Figueira Júnior (PTB), que gosta dessa hipótese. Essa fase visa esfriar alvoroço no quadro eleitoral local, no qual integrantes da Prefeitura estão incomodados com a cobiça pelo cargo, com mais destaque que a de prefeito.

Walter Figueira sabe da envergadura petebista frente ao arco de alianças, mas reconheceu que hoje há dois tipos de aliados - mostrando que chegar a consenso pode prolongar as reuniões até junho. Um, dos que oferecem com apoio extenso quadro para concorrer a vaga no Legislativo, e outro, dos que têm desejo à cadeira do vice. "Essa discussão tem que ser muito bem conversada, até pela respeitabilidade e confiança que (as siglas) têm trazido para nós."