Thomaz Bastos afirmou que Sobel teve uma reação emocional ao defender a instituição da pena de morte para crimes hediondos, motivado pelo assassinato brutal do casal de namorados Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, há duas semanas. Eles foram feitos reféns em Embu-Guaçu (Grande São Paulo), quando acampavam, e acabaram assassinados friamente. O acusado de liderar a quadrilha é um menor de idade.

"Minha opinião é conhecida de todos. O rabino Sobel é uma pessoa honrada e respeitada por sua história, mas a pena de morte aplaca a consciência das pessoas", afirmou o ministro da Justiça, durante evento na Academia Nacional de Polícia (ANP), em Brasília.

"Nos países que aboliram a pena de morte, a criminalidade não aumentou. Nos países que implantaram a pena de morte, a criminalidade não diminuiu. Existe nessa discussão um efeito subsidiário muito negativo", argumentou. "O crime no Brasil só será vencido, colocado em níveis toleráveis, na hora em que nós tivermos uma polícia integrada, que desvende os crimes; um Judiciário que condene rapidamente e um sistema prisional que, em vez de se tornar uma fábrica de reincidentes, se não regenerar as pessoas, pelo menos não as piore."

O ministro destacou que é fundamental acabar com a "linha de montagem da criminalidade" – ou seja, as fundações que abrigam menores sem fazer um trabalho de recuperação dos internos. "Temos de discutir mais sobre a Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor, de São Paulo) e as entidades semelhantes no Brasil. Hoje isso é um sério problema."

Thomaz Bastos informou que vai se encontrar esta semana com os pais de Liana.