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Vereadores de São Caetano querem 'cidade limpa' nas eleições
Beto Silva
Diário do Grande ABC
14/12/2008 | 07:03
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Os vereadores de São Caetano promovem um movimento para alterar a lei de publicidade no município, o que afetaria principalmente o modelo de divulgação das candidaturas dos políticos durante as campanhas eleitorais. Os parlamentares querem que sejam proibidas pinturas de muros e colocação de placas e faixas durante o processo de eleição, para deixar a cidade mais organizada e equilibrar a disputa.

A idéia está sendo conduzida pelo vereador Gersio Sartori (PTB), com o apoio de outros nove parlamentares da atual legislatura. Apenas Gilberto Costa (PP) é contra as mudanças.

A intenção do petebista é fazer com que a publicidade de números e propostas dos candidatos seja feita somente por meio de panfletos e reuniões. "Assim, diminuiríamos os gastos de campanha e a eleição seria mais justa", pontua.

A primeira ação do grupo foi requerer ao Executivo informações sobre a demanda de pedidos de licença desses tipos de publicidade expedidos na cidade. No início do próximo ano serão realizados encontros com os presidentes de partidos para amadurecer o conceito. "Depois indicaremos à Prefeitura a necessidade de produzir um projeto de lei, pois só o Executivo pode alterar essas regras", pondera Sartori.

A diminuição de ferramentas para divulgar as candidaturas poderia beneficiar os próprios vereadores, que mantém trabalho parlamentar atendendo a população nos gabinetes e encaminhando as pessoas para solucionarem problemas com o serviço público.

Mas a teoria é rechaçada pelo cientista político Rui Tavares Maluf. "É difícil conquistar esse benefício em uma cidade com as características de São Caetano, muito pequena. O projeto de cidade limpa pode ser bem visto pela população e não é suficiente para eleger ou não um candidato", avalia.

O oposicionista Horácio Neto (Psol) também observa a idéia como benéfica. Inclusive bateu na tecla do equilíbrio financeiro durante a eleição deste ano, a qual concorreu ao Palácio da Cerâmica. "É uma iniciativa para coibir a publicidade abusiva, de caráter comercial."

Mas ressalta que os candidatos com maior poderio financeiro poderão mudar a tática para continuar sendo fortes na corrida por um cargo eletivo. "Se não podem pintar muros ou colocar placas e faixas, contratarão mais cabos eleitorais."

Crítico da medida, o vereador Gilberto Costa ressalta que a publicidade tem de integrar o processo eleitoral para que a informação chegue ao eleitor. "São Caetano já não tem propagando por rádio e televisão. São válidos quaisquer meios de comunicação com a sociedade", argumenta o empresário do ramo publicitário.




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