A MSF (organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras) alertou nesta terça-feira para o risco de epidemias, sobretudo na devastada cidade de Muzaffarabad, na Caxemira paquistanesa, após o violento terremoto de sábado. Os fatores que mais preocupam são a presença de vários corpos, ainda sepultados sob os escombros, e as dificuldades para encontrar água potável.

Antes do início das tempestades ao norte do Paquistão, a representante da MSF no país, Isabelle Simpson, informou que membros da organização humanitária em Muzaffarabad estavam preocupados com uma possível "contaminação" da água, o que poderia provocar epidemias.

"Passaram-se poucos dias desde a catástrofe, mas devemos estar conscientes que os sobreviventes têm o mínimo de água potável", declarou a representante da MSF.

As autoridades paquistanesas admitiram estes riscos de epidemia e frisaram que fazem o máximo para minimizá-los. "Sempre há um perigo, mesmo que tentemos tomar medidas preventivas", declarou o alto funcionário do Ministério da Saúde em Islamabad, Anwar Mahmood.

Mahmood informou que 1,5 mil agentes, que realizam uma campanha de imunização ao norte do Paquistão, haviam sido mobilizados para ajudar nas regiões mais atingidas. "Como não há eletricidade, não há fornecimento de água", explicou Mahmood.

O responsável pelas medidas sanitárias recordou que a questão da água não era responsabilidade de seu Ministério. "Distribuímos pastilhas de cloro e tentamos fazer o máximo para melhorar a situação”, afirmou.

As Nações Unidas também lançaram alertas de riscos de epidemia. "Existe o perigo", reconheceu um dos porta-vozes do escritório de Relações Humanitárias da ONU em Genebra, Andrew MacLeod.