Para conseguir aprovar a prorrogaçao do prazo sao necessários acordo entre os líderes dos partidos e autorizaçao do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Até a semana passada, ele concordava com a iniciativa dos integrantes da CPI de ampliar o prazo final, só que nos últimos dias passou a nao ver necessidade na idéia. Pelo regimento da Casa, só será possível levar adiante a proposta de prorrogaçao depois de acertados os dois pontos. "É necessário levar adiante, do contrário fica difícil até trabalhar", disse o relator da comissao, Moroni Torgan (PFL-CE).
Os líderes do PT, José Genoíno (SP), e do PDT, Miro Teixeira (RJ), já concordaram na prorrogaçao do prazo. Mas os líderes dos outros partidos, como PFL, do PMDB e do PSDB - as maiores bancadas - ainda nao se posicionaram. "Espero sinceramente que as influências externas de natureza política nao impeçam os trabalhos da CPI", afirmou o petista Antônio Carlos Biscaia (RJ), autor do requerimento propondo a prorrogaçao. "Estou realmente preocupado, se nao houver essa autorizaçao muita coisa pode ficar para trás."
Depoimentos - A CPI foi instalada em abril, prorrogada em seguida e, agora os deputados defendem novo prazo. Na quarta-feira que vem, depois do feriado, será ouvido o advogado William Souza ou William Marques - ele é conhecido pelos dois nomes -, denunciado como um dos sócios de suposta quadrilha que reunia também o deputado Augusto Farias (PPB-AL) e o deputado cassado Hildebrando Pascoal (sem partido-AC). Seu depoimento está marcado para 10h. A maior dificuldade foi localizá-lo, uma vez que levantadas as suspeitas contra ele, desapareceu.
Também serao ouvidos depois do dia 18, o empresário José Rogério Farias - irmao de Augusto e PC Farias - dono de uma fazenda localizada no município de Nova Olinda (MA), na qual há uma das principais rotas do narcotráfico no país, antes dele a comissao vai tomar depoimentos de 12 pessoas envolvidas no processo de denúncias sobre contrabando de armas, roubo de carretas e tráfico de drogas no Maranhao.
Ainda há investigaçoes para serem feitas envolvendo casos no Mato Grosso, em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Nao foram concluídos os trabalhos no Acre, onde Hildebrando e os outros arrolados no processo estao apenas cumprindo prisao temporária de 30 dias. "O volume de trabalho e a quantidade de gente que teve os sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados nos obriga a estender o período de investigaçao, isso para mim é muito claro", disse Biscaia.
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