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Bush pede fim do embargo econômico ao Iraque
Do Diário OnLine
16/04/2003 | 21:21
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu nesta quarta-feira a suspensão do embargo econômico promovido contra o Iraque desde 1991, após a invasão do Kuwait e a primeira Guerra do Golfo. "Agora que o Iraque está livre, as Nações Unidas já podem livrar o país das sanções econômicas. O ditador não vai mais construir palácios em vez de hospitais", discursou Bush, durante um evento da empresa de aviação Boieng, em Saint Louis (Estado de Missouri).

O embargo econômico proíbe a comunidade internacional de comprar petróleo do Iraque e vender produtos ao país. O boicote começou a ser amenizado a partir de 1996, com a criação do programa 'Petróleo por Alimentos'. O plano consiste na exportação de óleo iraquiano intermediada pela ONU. O dinheiro angariado com a venda é usado pela Organização para a compra de remédios e alimentos em favor do povo.

O presidente americano argumentou que a suspensão do embargo vai ajudar a alavancar a economia do Iraque. Na Casa Branca, o porta-voz Scott McClellan disse que os EUA devem propor "num futuro próximo" a suspensão do 'Petróleo por Alimentos'.

Apesar da intenção mostrada por Washington, ainda não existe uma resolução pronta para propor à ONU o fim das restrições. "Se me perguntarem se temos uma linguagem ou resolução específica para propor neste momento, a resposta é não", avisou o embaixador americano na ONU, John Negroponte. Ele disse que "as especificações ainda estão sendo discutidas entre as agências em Washington".

Guerra - Para Bush, a derrubada de uma estátua gigante de Saddam Hussein numa praça central de Bagdá, há uma semana, "marcou o fim do pesadelo do povo iraquiano e o início de um tempo de liberdade". "Eu duvido que hoje vocês vejam pelas ruas fotos gigantes do ditador", desafiou.

"Nosso trabalho não está terminado, as dificuldades não acabaram, mas o regime de Saddam Hussein ficou para trás na história", afirmou. Apesar de relatar vitórias, Bush foi incisivo ao dizer que as forças da coalizão ainda enfrentam "muitos e muitos desafios", pois guerrilheiros estrangeiros e milícias fiéis a Saddam ainda "estão espalhadas pelo Iraque, dispostas a lutar."

"As forças da coalizão estão sempre confrontadas a sérios perigos no Iraque. Um inimigo disperso é sempre capaz de infringir golpes a nossas forças e a inocentes", acrescentou. "Mas terminaremos aquilo que começamos. Continuaremos até que nossa missão esteja cumprida e a vitória seja total", destacou o líder norte-americano, completando que hoje o "povo americano está mais seguro e o iraquiano, livre".

Bush mencionou o encontro ocorrido terça-feira entre representantes dos EUA e membros de toda a sociedade iraquiana, para discutir a nova administração do país. "O mais importante é que (os iraquianos) saíram de lá com a consciência da importância de uma democracia. Muitos encontros como o de ontem (terça-feira)ocorrerão nos próximos dias e semanas. E tenham a certeza de que nós não vamos impor nenhuma forma de governo. Vamos ajudar o Iraque a construir um governo feito para e pelo seu povo", garantiu.

Ao falar sobre as mortes da guerra, Bush lastimou a perda de vidas de "heróis de uniforme" e civis inocentes. "Nossos ataques aéreos foram precisos, cuidamos dos poços de petróleo, usamos armas com tecnologia. Mas todo conflito armado traz sacrifícios e dor", disse.

O discurso de Bush, a partir daí, se concentrou em 'avisar' o mundo que a luta contra o terrorismo vai continuar e que as forças militares americanas sempre estarão prontas para trabalhar. "Desde 11 de setembro de 2001 travamos batalhas em várias frentes e estamos vencendo. Acabamos com os talibãs (que lideravam o governo do Afeganistão) e fechamos campos de terrorismo. Agora acabamos com um ditador que produz armas de destruição em massa. Todo o mundo está vendo que os EUA vão agir para evitar novas tragédias, promover a segurança e cuidar da paz mundial", afirmou.

"Todos os países que querem trabalhar pela liberdade têm nos Estados Unidos um amigo. Este mês foi um período de incertezas que enfrentamos com otimismo. Sabemos que nossa nação é forte, nossa missão é firme e nossa proposta é justa", encerrou Bush.

Com agências




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