O governo da Venezuela teme que o número de mortos em conseqüência das fortes chuvas e avalanches de lama passe de 100. Nos morros que cercam esta capital, muitas casas desabaram e milhares de moradores fugiam aterrorizados, tentando salvar suas vidas. 'É só o que podemos fazer``, disse Daniel Mota, 25 anos, ao abandonar sua casa, deixando para trás tudo o que tinha.

Grande parte da Venezuela ficou paralisada nesta quinta-feira devido às chuvas torrenciais que causaram inundaçoes e deixaram mais de 36 mil pessoas desabrigadas.

Até a noite de quinta-feira, 50 corpos haviam sido resgatados e as autoridades venezuelanas disseram que pelo menos 100 pessoas estavam desaparecidas. O governador de Caracas, Hernán Gruber Odreman informou à imprensa que as chuvas deixaram 80 mortos, centenas de desaparecidos, mais de 7 mil desabrigados, e 2 mil casas destruídas.

Mas, o número de mortos pode ser muito maior, pois os bombeiros estao concentrados em retirar os sobreviventes, nao em extrair os cadáveres.

O capitao Jorge Molina, do Corpos de Bombeiros de Caracas, afirmou que apenas em um bairro da capital, conhecido como Quebrada de Blandín, teriam morrido 100 pessoas. O presidente Hugo Chávez informou que o governo elaborou um ambicioso plano de emergência, que inclui o uso de quatro embarcaçoes de guerra para transportar cada uma 400 toneladas de água potável para Guaira, uma cidade litorânea, situada 30 quilômetros ao Norte de Caracas. Chávez disse que um desses navios da Marinha ficou ancorado em Guaira para servir de abrigo provisório para 200 crianças.

Chávez contou que recebeu ofertas de ajuda da Colômbia, Cuba, Estados Unidos, França, Japao, México e Peru, entre outros países. As autoridades declararam como áreas de desastre nove estados do Norte do país e a cidade de Caracas. Escolas, bancos e repartiçoes do governo receberam ordens de permanecer fechados e as autoridades aconselharam os moradores a ficarem em suas casas.