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Finanças pessoais: saiba para quem e quando dar gorjeta
Patricia Eloy
Do InvestShop.com
09/09/2000 | 17:07
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Espécie de regra velada da sociedade, a gorjeta movimenta milhoes e é responsável por boa parte do salário de centenas de profissoes. Enquanto nos Estados Unidos já virou quase uma instituiçao, com valores e ocasioes de remuneraçao extra bem definidas; nós, brasileiros, ainda nao aprendemos direito quando e com quanto gratificar profissionais como manobristas, garçons, frentistas, cabeleireiros e camareiras.

"Tenho o costume de dar gorjeta em restaurantes e em hotéis, mas em outros casos, fico em dúvida se ela é mesmo necessária", conta Tatiana Takiya, profissional de marketing especializada em turismo. Em média, a remuneraçao extra costuma ser de 10% sobre o valor total dos gastos.

O desconhecimento, aliado aos tempos difíceis, tem tornado a gorjeta uma prática menos freqüente. "Nao dou gorjeta em cabeleireiro ou manicure porque esses profissionais recebem um salário para desempenhar bem sua funçao, independentemente do fato de receberem gratificaçao ou nao", acredita Takiya. "Há dez, 15 anos, as pessoas eram mais generosas e as gorjetas eram maiores. Hoje, se você ganhar gorjeta, já sai no lucro, pois esse é um hábito cada vez mais raro", atesta Joao José Gonçalves, diretor presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares de Curitiba.

Nos hotéis, a taxa de serviço de 10% é opcional, mas é cobrada na conta do hotel. Além dela, há ainda a chamada gorjeta espontânea. Segundo Gonçalves, alguns profissionais, como manobristas e camareiras, dificilmente recebem a quantia extra. "Em geral, carregadores recebem R$ 1 por mala, mas há casos de pessoas que têm uma mala e dao R$ 10 de gorjeta e também os que têm dez malas e dao R$ 1. No caso da camareira, é mais difícil. Quando ela recebe gorjeta, o valor fica em torno de R$ 1 a R$ 3 por dia, pagos quando o hóspede deixa o hotel. O manobrista pode até ganhar gorjeta, mas esse é um caso tao raro quanto o da camareira. Para ele, o valor varia de R$ 2 a R$ 10", conta.

Para a escritora e especialista em etiqueta Cláudia Matarazzo, dar a gorjeta é uma forma de mostrar que se apreciou o serviço. "Se você tem um serviço regular e sente que foi bem atendido, por que nao agradecer ao profissional?", questiona ela, que trata do assunto em seu livro Etiqueta sem frescura, da editora Melhoramentos. Entretanto, a gorjeta nao é, de forma alguma, obrigatória. "Ela fica a critério de cada um. O importante é saber estabelecer limites e evitar cometer exageros na tentativa de agradar. Nao há nada mais deselegante e impróprio do que dar uma gorjeta de valores astronômicos", adverte.

Quanto mais requintado o estabelecimento, maior costuma ser a gorjeta. "Apesar de os 10% serem opcionais, a maioria costuma dar, além desse valor, mais 5% sobre o total da conta. Nao temos do que reclamar. É muito difícil o cliente nao dar a gorjeta", diz Luiz Carlos Pereira da Silva, maitre do restaurante paulista Roanne, especializado em culinária francesa.

Para a socialite Carmen Mayrink Veiga, a melhor regra para nao se cometer erros é manter a gorjeta em torno 10% do valor do serviço. "Isso vale para taxistas, garçons e cabeleireiros. No caso dos manobristas, a gratificaçao só é necessária se você freqüenta o local. A maioria costuma dar algo em torno de R$ 5. O valor pode aumentar ou diminuir de acordo com o requinte do restaurante. Tudo é uma questao de bom senso", explica.




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