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'Os Normais' é atração nos circuitos de cinema
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
23/10/2003 | 19:58
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Catalogado como comédia romântica, Os Normais – O Filme estréia nesta sexta-feira – são cinco salas no Grande ABC, 240 no Brasil – e mostra como Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães) se conheceram. Também explica porque são eternos noivos. Os Normais, a sitcom global, chega à telona não como um episódio, mas como um derivado.

As histórias pessoais dos dois se cruzam no momento em que Vani, na igreja em que acabou de se casar com Sérgio (Evandro Mesquita), pede arroz a Rui, que se casará em seguida com Martha (Marisa Orth). Vani quer cumprir o ritual de boa sorte a recém-casados, mas Martha não empresta arroz para ela. Mais tarde, Vani descobre que foi traída por Sérgio na véspera. Os casais se tornam vizinhos. A equipe que criou a sitcom se repete nos créditos do longa-metragem: o diretor José Alvarenga Jr. e os roteiristas Alexandre Machado e Fernanda Young. Marisa e Mesquita atuaram em alguns dos 71 episódios de Os Normais – o universo de Vani e Rui, portanto, não lhes é estranho.

No filme, os perfis dos protagonistas surgem um pouco diferentes. Se Vani é quem mais se aproxima da série, Rui dá as caras com um certo ar romântico, o que solidifica o gênero em que o longa se enquadra. Há uma curva nas trajetórias dos dois: no filme, Vani está mais destemperada e Rui, menos.

Machado evita tachar os personagens de doidos. “Eles passam por situações extremas. Qualquer pessoa se comportaria como eles. Em algum nível, todo mundo é maluco”, diz. Guimarães endossa: “A comédia pega situações-limite, então tende à caricatura”.

Curioso como a maior virtude do filme – um certo afastamento da série – seja seu principal defeito. Definido como comédia romântica, o longa perde um tanto do humor que caracteriza a sitcom. Há seqüências engraçadas, como a do engarrafamento que Vani e Sérgio enfrentam para chegar à festa de casamento, mas o filme abranda a sátira e a ironia que a série manteve por três anos no ar.

A linguagem do longa, porém, não fica tão distante da da sitcom. “Planos fechados são uma característica da TV, mas o programa (Os Normais) pensava mais como cinema, trabalhamos mais com planos médios. Os closes eram raros. Na TV já tínhamos uma comunicação de cinema”, afirma o diretor. Mas Alvarenga Jr. reconhece haver diferenças: “O filme contém mais silêncios”.

O merchandising – prática que insulta a inteligência do espectador – de refrigerante surge em duas cenas. Alvarenga Jr. se justifica: “É uma parceria necessária. E quanto mais clara, melhor”. Ele admite que Os Normais – O Filme é um produto não-autoral: “Nunca perdemos o ponto de vista de que fazíamos um filme para a massa”. Ele espera que 2 milhões de pessoas passem pelas bilheterias. Há nos planos o lançamento de toda a série em DVD.




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