A decisao foi anunciada no sábado pelo juiz Ronaldo Gonçalves de Souza, da 1ªVara Criminal da Capital e o julgamento deverá ser realizado a partir de 8h da manha, no Salao do Júri do Fórum Muniz Freire, no Centro da cidade, que tem capacidade para 300 pessoas.

O ex-líder do MST já enfrentou um primeiro julgamento, na cidade de Pedro Canário, Norte do estado, quando foi condenado a 26 anos e meio de prisao _ em junho de 1997 _ como co-autor dos assassinatos do fazendeiro José Machado Neto e do policial militar Sérgio Narciso da Silva, ocorridos em julho de 89, na fazenda Ipuera, em Pedro Canário, de propriedade da família de José Machado.

Na época desse julgamento, cerca de 15 mil trabalhadores rurais sem-terra foram para Pedro Canário em solidariedade ao ex-líder. A defesa de Rainha alegou que na data do conflito entre os trabalhadores e o fazendeiro, que culminou com as duas mortes, ele se encontrava participando de uma atividade do MST no Ceará.

Ele foi sentenciado pelo juiz Sebastiao Mattos Mozine e agora, neste novo julgamento, o juiz será Ronaldo Gonçalves de Souza, que já anunciou, inclusive, que pedirá reforço policial para que tudo transcorra dentro da mais absoluta normalidade e que nao vai permitir invasao do Salao do Júri.

A transferência do julgamento de Rainha para Vitória foi pedida pela defesa do acusado sob a alegaçao de que um dos jurados tinha ligaçao direta com o fazendeiro assassinado. Ambas as partes acreditam que será melhor para todos que o novo julgamento ocorra na capital. Rainha acredita que nao haverá pressao sobre os jurados e espera ser absolvido. A acusaçao também entende que foi melhor assim pois os fatos ficarao mais caracterizados.