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Alckmin culpa falta de ações do governo federal por violência em SP
Do Diário OnLine
11/08/2006 | 10:41
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O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, atrelou parte da responsabilidade da onda de violência que atinge o Estado de São Paulo à ineficácia do governo Luiz Inácio Lula da Silva em combater o crime organizado, os tráficos de armas e drogas, e a lavagem de dinheiro. Entre maio e agosto, o maior Estado da Federação foi alvo de ataques contra bases da PM (Polícia Militar), agências bancárias e supermercados. Dezenas de ônibus foram incendiados e centenas de pessoas mortas, entre elas policiais, agentes penitenciários, civis, criminosos e suspeitos de participarem das ações atribuídas à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Alckmin, em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta sexta-feira, declarou que o governo federal, por intermédio do Exército e da PF (Polícia Federal), deveria vigiar melhor as fronteiras brasileiras para evitar que o crime organizado atue com desenvoltura no território nacional. De acordo com o tucano, o crime organizado é o responsável por arquitetar a violência em todo país e que o combate a este tipo de criminalidade não cabe aos Estados.

Para se isentar de parte da culpa dos ocorridos em São Paulo, Alckmin mencionou alguns dos seus feitos quando governador. De acordo com ele, o número de presos aumentou de 50 mil para 143 mil, o índice de homicídios caiu pela metade e foi instituído o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). O candidato tucano afirmou ainda que construiu 70 unidades prisionais e atacou o governo Lula, que em quase quatro anos de governo levantou apenas uma penitenciária (Catanduvas-PR), que hoje abriga somente um preso.

Geraldo Alckmin criticou duramente as leis criminais. Segundo o tucano, elas são extremamente duras com os criminosos que praticam delitos leves e muito conivente com os bandidos de alta periculosidade. Sobre este assunto, ele novamente 'bateu' em Lula, afirmando que uma determinação do atual presidente tornou mais burocrático um pedido para colocar um detento em RDD. Se eleito, Alckmin prometeu modificar as leis criminais para aperfeiçoar o sistema.

Sobre a saída temporária do Dia dos Pais, direito que alguns presos têm de passar a data especial com a família, o candidato do PSDB a presidente não se posicionou contra nem a favor. Apenas disse que este é um direito concedido por lei federal e que cabe à Justiça determinar quem pode ou não ser beneficiado. Alckmin declarou que 8% dos criminosos que deixam as cadeias no Dia dos Pais não retornam.

Sanguessugas – Ao comentar o fato de que 63 dos 72 parlamentares acusados pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas de envolvimento com a 'máfia das ambulâncias', Alckmin apenas prometeu um 'pacotão' anticorrupção. "Cabe a nós (homens públicos) transformar o desencanto da população em um mutirão cívico", disse ele, que não perdeu a oportunidade de alfinetar o PT.

Campanha – Geraldo Alckmin mostrou tranqüilidade diante dos números das últimas pesquisas de intenções de voto, cujas quais Lula abre vantagem e mostra força para vencer já no primeiro turno. De acordo com ele, apenas com o início da propaganda eleitoral gratuita e obrigatória em rádio e TV a corrida ao Palácio do Planalto terá início. Para o tucano, os levantamentos têm apenas valor estatístico. "As eleição é curta; tem apenas 30 dias", disse Alckmin. "Não se preocupem com história de pesquisa. A campanha agora é que está começando 25% é um bom piso, nós vamos trabalhar para ir para o segundo turno",

O ex-governador de São Paulo disse que sua meta é ir ao segundo turno para depois vencer Lula nas urnas. Para isso, ele espera utilizar como arma o Nordeste, região onde o atual presidente tem uma ampla vantagem. De acordo com Alckmin, o candidato do PT só tem a perder espaço no segundo maior colégio eleitoral do país. "Para mim, crescer 10% no Nordeste é rápido. Quando a campanha esquentar, é óbvio que ela tende a diminuir as diferenças regionais. Nós só temos a crescer e o candidato, meu adversário, só tende a cair no Nordeste", disse. "Eu acho que a candidatura do meu adversário está muito em cima de uma região só e de pouca informação. A hora que a informação chegar, o quadro vai mudando", completou.

Cotas e união gay – O candidato do PSDB declarou que a cota para estudantes negros nas universidades é boa e obteve bons resultados na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde a medida foi aplicada. No entanto, ele explicou que não é favorável à garantia de vagas a esta classe de estudantes. Alckmin explicou que estudantes de escolas públicas e afro-descendentes têm uma maior pontuação acrescida nos processos de seleção (vestibulares).




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