O DEM de Santo André não quer a interferência do prefeito Aidan Ravin (PTB) nos assuntos relacionados ao partido. Na semana passada, a assessoria do governo informou que o chefe do Executivo agendaria reunião com os democratas com o intuito de tentar harmonizar a bancada - rachada internamente - e, consequentemente, a base aliada.

Até agora, porém, Aidan não contatou os vereadores. Mas tanto o líder da legenda na Câmara, Geraldo da Silva Souza, o Isqueiro, quanto Evilasio Santana dos Santos, o Bahia, avaliam que o prefeito não deve se intrometer na briga dos dois com o colega Luiz Carlos Pinheiro, o Pinheirinho.

"O Aidan não tem que se meter no partido. Temos de resolver sozinhos essa confusão interna. Se a intenção dele é discutir esse assunto, a reunião não ajudará", disparou Isqueiro, mesmo após o governo ter declarado que não iria "interferir na questão partidária".

Bahia é ainda mais enfático. "O prefeito não tem de querer se meter nas nossas questões. Ele precisa é se preocupar com a cidade. Até porque, há tempos ele nos chama para reuniões e se resolve muito pouco ou quase nada", desabafou.

Racha - Pinheirinho é apontado como o culpado pela desunião do grupo. "A conversa dele é com o partido. Eu e o Isqueiro estamos bem. O problema é que não podemos pegar demandas da área (Parque Novo Oratório) do Pinheirinho", criticou Bahia.

"Desde o início do recesso não nos reunimos. Eu e o Bahia temos estreitado a amizade. Inclusive, levei-o ao meu bairro (Sítio dos Vianas) para apresentá-lo ao pessoal. Com o Pinheirinho é difícil, pois parece que ele vê a política diferente. Não podemos ir ao bairro dele, pois já fala em traição", reforça Isqueiro.

Pinheirinho não foi encontrado para comentar. A Prefeitura reafirmou que Aidan segue intencionado em marcar reunião com os democratas para resolver os impasses surgidos no primeiro semestre.

Questionado se o prefeito tinha razões para se preocupar com o apoio do DEM na Casa. Bahia respondeu positivamente. "O prefeito tem de se preocupar não apenas com a gente, mas com todo mundo. Ninguém está satisfeito", generalizou, sem entrar em detalhes.

Os desentendimentos entre os três iniciaram quando Pinheirinho começou a defender incondicionalmente o governo. Atingiu o ápice na última sessão antes do recesso, quando acusou os companheiros de serem "falsos amigos".