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Idosos lideram mortes na região

Levantamento mostra que homens entre 60 e 79 com doenças preexistentes são maioria dos óbitos; dados estaduais e nacionais se assemelham

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
21/04/2020 | 23:55
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Nario Barbosa/DGABC


Homem, idoso e portador de hipertensão e/ou diabete. Este é o principal alvo de vítimas fatais pelo novo coronavírus no Grande ABC. Dados parciais fornecidos pelas sete prefeituras e compilados pelo Diário mostram que das 69 mortes pela Covid-19 na região, 47 são do sexo masculino. Além disso, 49% integram a faixa etária entre 60 e 79 anos e apresentavam como fatores de risco doenças preexistentes relacionadas ao coração e/ou problema ligado à produção de glicose no sangue. Dos 69 óbitos, 59 tiveram idades confirmadas e a média dos pacientes fatais do Grande ABC ficou em 69,4 anos.

Cidade com o maior número de mortes, 29, São Bernardo registrou o óbito do infectado mais jovem da região: um homem de 39 anos (portanto, a única abaixo dos 40 entre as sete cidades). Já Santo André, que já contabilizou 16 mortes, registrou a vítima fatal com mais idade no Grande ABC: uma mulher de 94.

Pelo menos 16 tipos de comorbidades ou fatores de risco foram apontados em pacientes de Santo André, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires. A maioria dos doentes apresenta sintomas como hipertensão (12), diabete (11), doença cardiovascular (seis) e/ou obesidade (cinco). Tabagismo foi outro ponto catalogado como agravante. Também foram registrados outros tipos de doenças preexistentes como síndrome respiratória, doença neurológica, neoplasias, dislipidemia e outras. Três mortes, por outro lado, foram de pessoas que não tinham comorbidades.

“O que acontece no Grande ABC ocorreu em outras partes do mundo e está acontecendo em diferentes regiões do Brasil: a doença é mais fatal conforme maior a idade, com diferença em ser pior para homem do que para a mulher. Quanto maior a idade, mais comorbidades e elas suscetibilizam as pessoas a responderem pior à infecção com o vírus. Existem alguns trabalhos que com o envelhecimento do sistema imunológico agravam e o indivíduo pode ter resposta pior ao vírus, ou seja, acaba tendo doença mais exacerbada. Além disso, indivíduos com doença crônica possuem expressão aumentada de gene, que facilita a infecção pelo coronavírus”, afirmou o vice-reitor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e coordenador do laboratório de análises clínicas do centro universitário, Fernando Luiz Affonso Fonseca.

Os dados do Grande ABC coincidem com os do Estado e do País. Números divulgados pela secretaria estadual de Saúde apontam que dos 1.093 mortos até ontem, 642 eram homens e 451, mulheres. Além disso, a maioria das vítimas fatais pertencia ao grupo entre 60 e 79 anos (527) e as doenças preexistentes mais comuns eram cardiopatia (em 61,5% dos óbitos) e diabete (42,9%). Já no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, em relatório divulgado na segunda-feira, 987 dos óbitos foram entre pessoas com 60 e 79 anos e 60% do total de mortes foram do sexo masculino (1.249).




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