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Só o futebol nos separa, diz Lula sobre Argentina
19/10/2003 | 20:02
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Em 1899, quando o presidente Julio Roca desembarcou no Rio de Janeiro para a primeira visita presidencial argentina ao Brasil, pronunciou a frase "Tudo nos une, nada nos separa". Naquela época, o futebol não passava de um quase desconhecido esporte inglês.

Cento e quatro anos depois foi o diferencial para a frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silval, feita em tom de brincadeira: "Tudo nos une, só o futebol nos separa".

Em seguida, emendou: "Paciência, já que o Mercosul terá no futuro uma seleção que competirá contra a seleção da União Européia".

A declaração foi feita ao jornal Página 12, que realizou – no avião presidencial argentino durante o vôo Buenos Aires-El Calafate – a única entrevista exclusiva feita em conjunto aos presidentes Lula e Néstor Kirchner.

"Nós argentinos e brasileiros gostamos muito uns dos outros, temos muita afinidade. Isso tem mais peso do que qualquer divergência. Os dois povos sentem um carinho excepcional", disse o presidente brasileiro, enquanto era observado por Kirchner, homem que, da mesma forma que Lula – como percebeu o Página 12 – fala com a língua presa.

Lula admitiu que no Brasil e na Argentina existem pessoas que "não gostam de nosso discurso de integração. Kirchner e eu estamos maduros para não permitir que a integração seja apenas comercial. Precisa ser cultural, política, e para isso vamos ter de fazer um intercâmbio de artistas argentinos e brasileiros, de jovens de cada país que visitem o outro".

Paraguai – Os dois presidentes afirmaram que o Brasil e a Argentina devem ajudar o Paraguai, o sócio mais pobre do Mercosul. "Temos de cuidar do Paraguai com muito carinho", disse Lula, explicando que o novo governo desse país, do presidente Nicanor Duarte, "está disposto a fazer todos os sacrifícios para que o Paraguai se desenvolva e não precise do trabalho informal para sobreviver".




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