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Internações por acidente de trânsito recuam 28,3%
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
19/06/2009 | 07:43
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A Lei Seca, que endureceu a punição a quem é flagrado dirigindo embriagado, completa um ano hoje e, segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), deu resultado. A entidade aponta queda de 28,3%, entre o primeiro e o segundo semestres de 2008, no número de internações provocadas por acidentes de trânsito.

O otimismo, no entanto, contrasta com a fiscalização ainda bastante precária nas ruas. As blitze não são realizadas com tanta frequência quanto na época em que a lei 11.705 foi adotada. A legislação prevê suspensão no direito de dirigir a partir de 0,1mg de álcool por litro de ar expelido no bafômetro (ou 2 decigramas/litro de sangue), mas até mesmo os defensores da legislação, como é o caso da Abramet, reconhecem que a lei não tem sido cumprida na totalidade.

No entanto, o levantamento da Abramet aponta queda no número de internações em serviço público de Saúde (normalmente, a porta de entrada para quem sofre um acidente). No primeiro semestre de 2008, foram 55.070 internados, contra 39.6 da última metade do ano.

O tempo médio de permanência em hospitais foi reduzido em 2,2%. Foram 396.58 dias utilizados por acidentados na metade inicial do ano passado, e 226.83 na parte final. "Significa que mais vagas ficaram disponíveis no sistema público para quem precisa se tratar de outras doenças", lembra Maria Helena de Mello Jorge, uma das responsáveis pelo estudo, ao lado de Maria Sumie Koizumi, ambas do Departamento de Epidemiologia da Abramet.

Os gastos com esse tipo de internação também diminuíram consideravelmente desde a implantação da Lei Seca. Nos primeiros seis meses do ano passado, foram R$ 65 milhões. Entre junho e dezembro, R$ 2 milhões, uma redução de 35,5%.

O dado econômico é relevante, principalmente quando se leva em consideração que a internação motivada por acidentes é 29,% mais cara que a de outras doenças.

A queda na taxa de mortalidade hospitalar (pessoas que entraram acidentadas e morreram durante o primeiro atendimento ou depois dele) foi de 13,6% no comparativo entre os dois semestres, ou 917 vidas.

Apesar dos benefícios da Lei Seca, que tem impacto semelhante ao da adoção do Novo Código de Trânsito, no fim dos anos 1990, ainda se morre muito nas ruas e estradas do Brasil. São mais de 35 mil óbitos de forma geral por ano, cerca de uma centena de vidas por dia. E a fiscalização em relação ao consumo de álcool ao volante ainda precisa ser aprimorada.




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