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Mais traficantes presos com droga sintética
30/11/2006 | 23:37
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Mais 17 pessoas foram presas nesta quinta-feira, no Rio, em outra ofensiva policial contra o tráfico de drogas sintéticas. A operação se concentrou na Zona Sul e na Barra da Tijuca (Zona Oeste) e em criminosos que agem em boates e em festas rave. Na quarta-feira, 12 integrantes de uma quadrilha que vendia ecstasy e LSD foram capturados. Os dois grupos estariam ligados.

Enquanto a operação de quarta-feira, batizada de ‘Tsunami’, foi desencadeada pela Polícia Federal, a desta quinta-feira, apelidada de ‘Chave de ouro’, foi montada pela Polícia Civil.

Os criminosos - 14 homens e três mulheres - comercializavam ecstasy, GHB (o chamado ecstasy líquido) e special K, droga fabricada a partir de anestésicos usados em animais de grande porte, como cavalos.

Entre os presos, está o veterinário Rogério Salomão de Carvalho, responsável pela compra de grande quantidade desses remédios. Ele tem uma clínica veterinária na Barra. Carvalho foi preso em casa, em Ipanema. Mais de 80 caixas do anestésico Dopalen foram encontradas na casa de outro preso, Elmo Ribeiro. Ele teria comprado o material de Carvalho, por R$ 30 mil.

Foi a maior apreensão desse tipo de substância no Rio, disse a inspetora Marina Maggessi, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. Ela coordenou a operação - fruto de três meses de investigações, baseadas em escutas telefônicas. “Inauguramos um novo tipo de combate ao tráfico. No Rio, só se olha para as favelas”, afirmou. A quadrilha teria ramificações em São Paulo.

Segundo a inspetora, Ribeiro, que, além de fabricante, é vendedor de special K, colocava o anestésico no forno de microondas e esperava a parte líquida evaporar. O pó que restava era vendido em festas em sacolés (do mesmo modo que a cocaína). A droga é inalada pelo usuário, que busca excitação.

O sacolé de special K custa de R$ 50 a R$ 100. Já o GHB, vendido em pequenas embalagens de vidro, sai a R$ 30; o comprimido de ecstasy, a R$ 50. Não há dados fechados sobre a movimentação financeira da quadrilha, mas, de acordo com agentes, numa festa, em duas horas, vendedores arrecadaram R$ 4 mil.

Para chegar a todas essas informações, a polícia infiltrou três agentes, jovens, em festas e boates - além de monitorar telefonemas dos suspeitos. Os investigadores descobriram que um dos bandidos, Alan Vieira Ferreira, também preso nesta quinta-feira, usava o filho, bebê, para transportar droga. “Ele escondia no carrinho da criança”, contou Marina.

A inspetora relatou que os presos, todos de classe média e classe média alta - contra os quais havia mandados de prisão - foram arrogantes ao serem surpreendidos em casa (em Ipanema, Copacabana e Barra). “Pode prender que eu saio à tarde”, debochou um deles. Todos os envolvidos responderão por tráfico e poderão cumprir penas de 5 a 15 anos de prisão.




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