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Prefeitura de Ribeirão homologa venda do 45 graus
Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
14/05/2010 | 07:47
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Após dez dias de protestos da oposição, a Prefeitura de Ribeirão Pires homologou ontem a venda da Rua Domingos Megias Morgado, conhecida como Estacionamento 45 graus, para a empresa Lara - Central de Resíduos LTDA, de propriedade do empresário Wagner Damo. O resultado, publicado ontem na Imprensa Oficial, era esperado desde o dia 4, quando o Diário revelou que Damo concorreu sozinho para comprar o terreno.

O empresário, que é sobrinho do ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (sem partido) e integrante do grupo político do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), arrematou a rua por R$ 1,523 milhão, valor próximo do exigido no edital e estimado com base em valores de imobiliárias da cidade.

A área, de 888 metros quadrados, está localizada em zona nobre da cidade e é um dos poucos pontos ainda não edificados do novo Centro. O bom posicionamento é, inclusive, um dos motivos que levaram o empresário a investir no terreno, que deve virar prédio comercial com salas para locação.

SUSPEITAS - O resultado do leilão levantou suspeitas dentro do governo e gerou críticas da oposição pela forma como terminou, com apenas um participante. "Desde o começo, o resultado já estava certo. O Clóvis vendeu para ele mesmo o terreno", afirmou o vereador Saulo Benevides (PV), desafeto do atual prefeito desde a eleição de 2008.

Para Volpi, contudo, o importante é ter conseguido dinheiro para aplicar em infraestrutura. "Tenho creches e obras de contenção de enchentes precisando de recursos desde janeiro. Não tem porque manter um terreno vazio e que só traz problemas se posso usá-lo para o bem da população", declarou o político.

Entre as justificativas para a venda, Volpi destacou também o barulho causado pelos jovens que frequentavam o local, ponto de encontra devido aos bares da região.Moradores do local fizeram até abaixo-assinado em agosto de 2009 pedindo solução para a ‘baderna'.

A forma encontrada pelo prefeito para contorno do problema, entretanto, levou a reclamações de entidades civis e militantes políticos, principalmente do PT, em ato na semana passada. Para o presidente da Arca (Associação Ribeirãopirense dos Cidadãos Artistas), Rafael Clemente, o verde deveria aumentar a fiscalização ao invés de vender o local. "A cidade está perdendo todos os espaços de convivência e lazer", criticou. O 45 graus era, até 2008, o ponto de saída do Bloco das Mocréias, tradicional grupo de Carnaval da cidade.




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