Especialistas recomendam cuidados e citam perigo maior da Influenza
O novo coronavírus se tornou preocupação a mais para as gestantes. Incluídas recentemente no grupo de risco, elas se mostram inseguras com a possibilidade de contaminação, principalmente no parto. O sinal vermelho foi ligado dia 6, quando foram registradas duas mortes de mulheres grávidas em decorrência da Covid-19, uma em Recife e outra no Rio de Janeiro. As pacientes tiveram o parto antecipado e ainda assim não sobreviveram. Os bebês, prematuros, seguem internados, sendo o de Pernambuco em estado grave.
Segundo a ginecologista, obstetra e professora no curso de especialidades médicas da Isped Naira Scartezzini Senna, mesmo antes de a oficialização de grávidas e puérperas no grupo de risco pelo Ministério da Saúde, já havia maior precaução com este público. “São indivíduos imunologicamente comprometidos”, explica.
Apesar da preocupação, ainda não há confirmação de transmissão vertical, ou seja, que a mãe contamine o bebê dentro da barriga. Segundo os especialistas, o vírus ainda não foi encontrado no líquido amniótico, no cordão umbilical ou na placenta. Recentemente foram divulgados casos de recém-nascidos contaminados, mas tudo indica que a infecção ocorreu no momento do parto ou nos dias seguintes.
Para que os riscos no parto sejam minimizados, o professor de ginecologia e obstetrícia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e coordenador da obstetrícia do Hospital Interlagos, Fabiano Elisei Serra, aconselha redobrar cuidados. “Se a mulher não tem sintomas respiratórios, ela pode ir ao parto de forma tranquila. A orientação é a de que os profissionais da saúde mantenham os cuidados de higiene, lavem as mãos e utilizem máscaras. Já para a gestante, se tiver sintoma, deve usar máscara, ser isolada durante o parto e acompanhada por equipe reduzida”, recomenda o médico, que destaca que a Influenza (gripe) apresenta atualmente risco maior entre as gestantes, sendo até mais perigosa que a Covid-19. “Felizmente para estes casos existem vacinas e as gestantes devem ser estimuladas a tomá-las”, acrescentou.
Os especialistas recomendam apoio profissional, mas que se evite ida a consultórios. “É necessário espaçar as consultas, quanto menos a gestante circular, menor é a exposição. Opção é o teleatendimento”, sugere Naira, que também aconselha amparo emocional. “A gestação é mudança grande na vida, adaptação e aceitação de novo momento, com expectativa, angústia e anseios”, explica a ginecologista.
Gabrielle Pacheco Manssur da Motta, 23 anos, está no último trimestre da gestação e continua indo às consultas. “No começo fiquei muito assustada, pois não tínhamos muita informação sobre o vírus”, assume.
Para evitar contaminações, os hospitais estão restringindo visitas. Pela saúde do filho Pietro, Gabrielle admite que irá tomar cuidado. “As visitas serão restritas. O bem-estar do meu filho é mais importante. Melhor prevenir”, finaliza.
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