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Eldorado dos Carajás: vítimas querem cumprimento de decisao
Do Diário do Grande ABC
14/10/1999 | 17:44
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Dez trabalhadores sem-terra feridos com gravidade (alguns mutilados) no massacre em Eldorado dos Carajás no sul do Pará, estao há três dias em Belém, cobrando do governo estadual o cumprimento de decisao da Justiça que determinou o atendimento médico completo aos doentes visando a recuperaçao das seqüelas.

O Estado foi ainda obrigado a pagar as despesas referentes ao deslocamento e hospedagem das vítimas e uma pensao mensal. Durante o conflito entre os sem-terra e a policiais militares, em abril de 1996, 19 trabalhadores rurais foram mortos e outros 66 ficaram feridos.

Os manifestantes acusam o governador Almir Gabriel de ignorar a decisao da Justiça, que através da juíza Martha Inês Antunes Jadao concedeu liminar, em agosto passado, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que representa os trabalhadores. "O governador esteve me visitando, no meu leito do hospital, e afirmou que nada faltaria aos sobreviventes para que recuperássemos a nossa saúde. Ele nao cumpriu a promessa e agora estamos sofrendo muito", reclama Rubenita Silva.

Ela convive até hoje com uma bala alojada no pescoço e diz que, aos poucos, está "perdendo a vontade de viver". Rubenita mora na Curva do S, local onde os sem-terra foram mortos. Ela era a principal testemunha de acusaçao no julgamento dos PMs, mas nao apareceu no Tribunal do Júri temendo represálias. "Os responsáveis pelos crimes foram absolvidos e nós ficamos com muito medo dessa impunidade toda".

Ofício - O procurador-geral do Estado, Luís Aluísio Cavalcante, informou quinta-feira já ter enviado ofício ao governador para que a decisao judicial seja cumprida. "Conversei com os sem-terra e vamos nos comunicar durante toda esta semana para que o caso seja resolvido com a rapidez que se faz necessária". Cavalcante disse ainda que já conversou com Almir Gabriel sobre o assunto e ouviu dele que o "Estado cumprirá o seu dever".




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