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Três morrem na explosao de carro-bomba em Madri
Do Diário do Grande ABC
30/10/2000 | 15:14
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Um carro carregado de explosivos foi detonado deixando um juiz militar, seu motorista e o policial que o protegia mortos nesta segunda-feira em Madri. O atentado foi atribuído à organizaçao separatista basca armada ETA, que nos últimos 10 meses já matou 19 pessoas, informaram fontes judiciais.

Cerca de 35 pessoas ficaram feridas no atentado. Uma delas está em estado grave.

Com este triplo assassinato, eleva-se a 788 o número de civis e militares assassinados pela ETA, desde que esta organizaçao se levantou em armas em 1968, segundo um balanço oficial do Ministério espanhol do Interior.

O juiz Francisco Querol Lombardero, 69 anos, que tinha a patente de general da Armada espanhola, desde 1992 desempenhava as funçoes de membro da Quinta Sala Militar do Tribunal Supremo de Justiça. Faltava apenas um mês para sua aposentadoria.

Querol Lombardero morreu queimado no interior de seu automóvel, junto com seu motorista Armando Medina, 57, e seu guarda-costas, o policial Jesus Escudero García, 53, que havia sido destinado ao serviço de proteçao do magistrado Querol no último dia 9, mesmo dia em que a ETA matou em Granada (sul) o promotor chefe de Andaluzia, Luis Portero.

O magistrado Querol é o militar de número 41 assassinado pela ETA em Madri. De acordo com as primeiras investigaçoes da Polícia Científica, o carro-bomba era um Renault 19 de cor vermelha, carregado pela ETA com entre 20 e 30 quilos de dinamite ou de outro explosivo.

Um ônibus que transitava pelo local e vários automóveis foram também queimados, enquanto três edifícios nos arredores foram afetados pela explosao.

A área foi rapidamente isolada pela polícia e vários caes policiais treinados na detecçao de explosivos rastrearam sem descanso as ruas adjacentes, ante a eventualidade de que pudesse haver outro carro-bomba.

O juiz, seu motorista e seu guarda-costas estavam no interior de um automóvel parado no estacionamento pertencente a um ministério. O veículo ficou totalmente queimado, assim como seus passageiros.

A explosao ocorreu às 9h10 locais (6h10 de Brasília) no bairro Arturo Soria, zona norte de Madri. De acordo com as três edifícios foram seriamente danificados. A ETA luta por um Estado independente na regiao dos Pirineus. Esse foi o quarto atentado registrado na capital espanhola desde que a ETA rompeu sua trégua, no dia 3 de dezembro ao ano passado.

Autoridades condenam maior atentado do ETA neste ano

O rei Juan Carlos I da Espanha, políticos e juízes condenaram de maneira veemente nesta segunda-feira o atentado atribuído à organizaçao separatista basca ETA, no qual morreram em Madri um juiz do Tribunal Supremo espanhol, seu segurança e seu motorista.

``Mais cedo ou mais tarde pagarao por seus crimes', afirmou o rei espanhol, em referência aos autores do atentado, durante um almoço em homenagem ao presidente do Casaquistao, Nursultan Nazarbayev, que se acha de visita oficial na Espanha.

O rei transmitiu ``nossa solidariedade e afeto mais emocionados' aos parentes das vítimas do maior atentado do ETA desde o início do ano.

Os membros do conselho geral do poder judicial condenaram veementemente o atentado e afirmaram que ``o Estado de Direito é o único contexto possível para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, que nao será nunca suplantado pela violência, e assim será defendido por todos os integrantes do Poder Judicial'.

Junto ao Poder Judicial, todos os partidos políticos uniram suas vozes para rechaçar a última açao violenta do ETA, apenas oito dias depois do atentado, que no dia 22 passado custou a vida do funcionário de presídios, Máximo Casado Carrera, ao explodir uma bomba em seu carro.

``Todos os espanhóis devemos nos sentir vítimas' do ETA, afirmou o ministro espanhol da defesa, Federico Trillo, ao condenar o ato, no qual também ficaram feridas trinta pessoas.




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