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Petrobras investe R$ 1,2 bi em laboratórios
Soraia Abreu Pedrozo
Enviada ao Rio de Janeiro
13/10/2010 | 07:34
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Agência Petrobras


A Petrobras investiu R$ 1,2 bilhão na expansão do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello), na Ilha do Fundão, Rio de Janeiro.

Das dez alas de novos laboratórios, cinco são dedicadas ao pré-sal, com enfoque na caracterização de rochas e na interação delas com petróleo, gás natural, água e gás carbônico, entre outros.

As demais têm laboratórios voltados às áreas de biotecnologia, fertilizantes, biocombustíveis, reuso de água, petroquímica e avaliação do meio ambiente nos locais onde a empresa opera ou pretende operar.

Durante a inauguração da ampliação do centro de pesquisa aplicada, na semana passada, estiveram presentes o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.

Lula ressaltou a importância do investimento em tecnologia - contando que em seu governo foram gastos R$ 41 bilhões nessa área - e afirmou que o Cenpes é hoje o maior centro de pesquisa do Hemisfério Sul e um dos maiores do mundo. "Acho que esse centro coloca a Petrobras em uma situação vantajosa na disputa tecnológica com outras concorrentes. Queremos ser altamente desenvolvidos. Se continuarmos nesse ritmo, até 2016, segundo estimativas do Banco Mundial, integraremos o bloco dos países mais ricos do mundo."

O centro de pesquisa, que foi ampliado em 300 mil metros quadrados, conta também com o Núcleo de Visualização Colaborativa. Esse espaço dispõe de ambientes para desenvolvimento de estudos e projetos com simulação tridimensional. O presidente experimentou, a partir de um joystick, passear pelas instalações de uma plataforma projetada em 3D, antes que ela seja construída.

Lula também se disse bastante orgulhoso com a capitalização da Petrobras, a maior da história - que a coloca como a segunda maior empresa de petróleo do mundo, só perdendo para a Exxon Mobil - e com a entrega da paltaforma P-57, que tem 75% de seus componentes feitos pela indústria nacional. "Estamos dizendo ao mundo que o Brasil não quer mais ser um país de terceira categoria."

Gabrielli afirmou que em 10 anos o objetivo é dobrar a produção da petroleira, que hoje está em torno de 2 milhões de barris por dia.


Petroleira arrecada R$ 120 bilhões com capitalização

Após os dois meses do período de silêncio ao qual a Petrobras foi submetida por conta da oferta de ações, foram divulgados os detalhes da operação - no mesmo dia em que foi inaugurada a ampliação do Cenpes.

Com a emissão de mais de 4 bilhões em ações, a petroleira realizou a maior capitalização do mundo, levantantando R$ 120 bilhões ou US$ 69,9 bilhões. Para se ter ideia, o recorde anterior pertencia ao RBS (Royal Bank of Scotland), em 2008, no valor de US$ 24,4 bilhões. Neste ano ocorreu a também bilionária oferta de capital do Agricultural Bank of China, com a arrecadação de US$ 22,1 bilhões.

A operação foi realizada, segundo o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, por conta da necessidade de se obter R$ 262 bilhões. "Nosso plano de expansão e modernização para investir em plataformas, sondas, refinarias e unidades de fertilizantes e combustíveis, custaria à empresa R$ 224 bilhões. Além disso, tínhamos R$ 38 bilhões em dívidas vencidas", diz. "Se não ampliássemos o capital próprio da companhia, certamente o investment grade (a recomendação de investimento na empresa) seria modificado."

O diretor da Petrobras Almir Barbassa explicou que o índice de alavancagem - relação entre a dívida líquida e a capitalização líquida - deveria ficar entre 25% e 35% no máximo. Porém, em meados desse ano, a empresa já estava chegando em 35%. "Com a capitalização, a alavancagem está entre 15% e 20%, abrindo espaço para a continuidade do investimento da companhia", afirmou.

Das 145 mil pessoas físicas que compraram ações, 10% eram funcionários da Petrobras. "Isso demonstra a confiança do corpo de trabalhadores de companhia. Esse é pra mim um símbolo muito importante na manutenção da governança da empresa", destacou Barbassa.

O valor de mercado da Petrobras, que em 2003 era de US$ 15 bilhões, foi a US$ 223 bilhões em 2010. Antes da oferta de ações, era de US$ 147 bilhões.




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