Traficantes do Complexo do Alemao, em Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro, recorreram à alta tecnologia para se protegerem da polícia. Através de um circuito interno de tevê, com câmeras instaladas nos transformadores de luz e microfone embutido num monitor, o chefe do tráfico, conhecido por Beibe, ouvia a conversa dos policiais, controlava seus movimentos, orientava a quadrilha e indicava os locais onde armas e drogas seriam escondidas. O sofisticado meio de proteçao foi descoberto na noite desta quarta-feira, quando a casa do traficante foi invadida e o monitor e uma câmera apreendida.

Oficiais qua participaram da operaçao disseram que havia suspeitas devido a rapidez com que agiam os traficantes quando os policiais ocupavam as vias de acesso à favela. Em pontos estratégicos e com armas pesadas, eles trocavam tiros e fugiam sem deixar pistas.

O levantamento sobre a instalaçao de dez câmeras foi feito pelo Serviço Reservado da Polícia, depois de dois meses de investigaçao. O comandante do Batlahao de Rocha Miranda, coronel Jorge Duarte, disse que, sem as câmeras, a polícia tem meios de ocupar o morro, desarticular os bandos e apreender armas e drogas.

Na noite desta quarta, para impedir que a polícia chegasse ao alto do morro, os bandidos transformaram a regiao numa autêntica praça de guerra, resistindo durante cerca de duas horas com tiros de fuzil AR-15, explosao de granadas e rajadas de metralhoras. Uma viatura da polícia foi perfurada com dez tiros.

O tiroteio só terminou quando o Batalhao de Choque ocupou a parte alta do morro e a casa de Beibe foi invadidda. Nao há informaçoes sobre vítimas.