Dois anos, cinco meses e 11 dias depois do seqüestro do empresário Mohamed El Bacha, 44 anos, proprietário de uma loja de material esportivo em São Bernardo, a polícia disse ter encontrado sexta-feira a ossada do corpo em um sítio abandonado em Juquitiba, na Região Metropolitana.

A descoberta pode ter posto fim a uma longa angústia dos familiares da vítima, de origem libanesa, que ainda não tinham nenhuma prova material da morte do empresário.

“Lamentamos muito o que aconteceu. A gente ainda tinha esperanças de que estivesse vivo. Foi uma espera muito difícil”, afirmou uma irmã de Bacha, que pediu para não ser identificada. O valor inicial do resgate era US$ 1,5 milhão, mas havia baixado para R$ 150 mil após várias negociações. Entretanto, a quadrilha não apareceu para receber o dinheiro.

“Temos 99% de certeza de que os ossos são de Bacha por causa dos indícios que colhemos. Certeza absoluta só após o exame de DNA”, afirmou o delegado-assistente da seccional de São Bernardo, Valdir Antônio Covino Júnior. O exame deve ficar pronto em 30 dias.

Após a prisão do mentor do crime, Newton Marques, 71 anos, o Véio, em fevereiro de 2006, foram feitas diversas buscas por Juquitiba para achar o corpo, mas as tentativas foram em vão. Véio afirmou que havia queimado o corpo e espalhado as cinzas pela cidade, mas a polícia não acreditava.

“Dois dias atrás, um caseiro da região ouviu de um colega, em uma conversa de bar, que o corpo estava no poço do sítio. A polícia de Juquitiba foi avisada e achou os ossos, após longo trabalho”, afirmou o delegado. O poço tem seis metros de profundidade. Os ossos estavam cobertos por três sacos de cimento fechados e cerca de 200 kg de entulho.

Os cinco membros da quadrilha já foram presos. Véio confessou que deu dois tiros no empresário porque a vítima o reconheceu. O acusado comercializava roupas com lojistas do Shopping do Coração, localizado na Rua Marechal Deodoro, Centro de São Bernardo, mesma rua em que Bacha comandava a loja Mundo do Atleta.