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Aidan quer ajuda de rivais para governar em Sto.André
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
28/10/2008 | 08:17
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Responsável por impedir a retomada da hegemonia petista no Grande ABC e restabelecer nova ordem político-partidária na região, Aidan Ravin (PTB), prefeito eleito em Santo André, garantiu segunda-feira que pretende governar com a ajuda de seus adversários na disputa sucessória deste ano.

"Meu concorrente (o petista Vanderlei Siraque) disse estar disposto a contribuir. Achei uma atitude carinhosa e acredito que ele possa realmente ajudar no processo. Mas não pretendo contar apenas com ele, e sim com todos os outros candidatos. O nosso governo será de coesão e de portas abertas para aceitar idéias para o bem da cidade, independentemente de posições partidárias", afirmou o petebista.

Aidan, no entanto, ressaltou não ter avaliado como se dará a participação dos ex-concorrentes ao Paço na futura administração. "Eu a Dinah (Zekcer, eleita vice-prefeita) vamos sentar para conversar a respeito."

O novo chefe do Executivo andreense sustenta que o principal desafio nos primeiros meses de trabalho será no sentido de "conquistar a confiança" dos eleitores petistas. "A mensagem de virar a página da história política de Santo André foi compreendida pela maioria da população. Mas tenho de demonstrar aos 45% que votaram no meu adversário que os 55% que confiaram em mim estavam certos. Serei o prefeito de todos", observou.

Aidan acrescentou que a vitória de domingo, de virada, por quase 40 mil votos de vantagem sobre um governo com mais de uma década de aprovação, foi conquistada com o "coração". "Seria prepotência falar que outra pessoa não derrotaria o PT em um segundo turno. Mas o que ocorreu foi uma somatória de muitas pessoas que queriam o Aidan com muitos que não queriam mais o PT", resumiu. Confira abaixo os principais trechos da conversa de Aidan com o Diário:

Governabilidade - O petebista descartou enfrentar dificuldades no trato com a Câmara Municipal. Considerando vereadores eleitos pelos partidos de oposição, o quadro hoje seria difícil para Aidan - teoricamente, teria o apoio de apenas oito dos 21 vereadores. "Não vejo situação desfavorável, até porque farei o que eles (PT) nunca fizeram. Vou chamar todos para conversar. Além disso, não acredito que serão contra projetos importantes." Aidan negou negociar a ampliação da base aliada em troca de cargos no governo. "Não podemos criar este vínculo. Quem tem de ganhar é a cidade, não as pessoas."

São Caetano - A cidade vizinha, admite Aidan, será um exemplo de gestão a ser seguido em Santo André. "Trata-se de uma administração que deu certo. Além disso, tem a afinidade pelo fato de o PTB estar no poder. Não há como ser diferente. Falar que não quero proximidade com o prefeito (José) Auricchio seria como rasgar notas de R$ 100."

Liderança - Questionado se a vitória, da maneira como ela ocorreu, credenciou-o como principal força política da região, Aidan foi taxativo: "Não posso me colocar como estrela estando ao lado de três pessoas como o Auricchio, o Clóvis Volpi (prefeito reeleito em Ribeirão Pires) e o Kiko (Adler Teixeira, chefe do Executivo reeleito em Rio Grande da Serra). Tenho muito a aprender com estas estrelas."

Parcerias - Aidan faz questão de exaltar o apoio recebido do PSDB e do governador José Serra a partir da segunda fase do pleito - Santo André passa a ser fundamental para os tucanos em função das eleições de 2010. "Terei apoio estadual e federal para governar. Ao contrário do que foi dito na campanha, quando tentaram vincular o investimento da União apenas em caso de vitória do PT, fui informado que o presidente Lula disse que a parceria com a cidade continuará. Somente não irei a Brasília nesta semana em função de problemas pessoais", emendou, referindo-se às más notícias recebidas na madrugada de domingo (dia da eleição), quando duas pessoas próximas foram internadas na UTI - uma delas é o coordenador político de campanha, Marcos Camargo, vítima de infarto.

Equipe de governo - "Eu e a Dinah não temos nada definido. Evidentemente que se precisássemos indicar nomes de hoje para amanhã teríamos estas pessoas. Mas a idéia é avaliar a situação com calma e analisar todas as possibilidades. Essa questão vale também para as ações iniciais como prefeito. Há muitas prioridades em Santo André, e temos de definir o que será feito primeiro."




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