A situação do Senado Federal está cada vez mais complicada. Com a insistência do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de se manter no cargo, mesmo com as acusações que enfrenta no Congresso Nacional, cada vez mais a instituição fica parada e não vota nenhum projeto de interesse do país.

Em protesto contra o parlamentar alagoano, a oposição está obstruindo todas as votações no Senado. Além disso, nesta terça-feira o PSDB e o DEM fizeram outra exigência para colocar um ponto final na obstrução: a votação de três matérias.

A primeira delas determina o afastamento de integrantes da Mesa Diretora que estejam sob investigação do Conselho de Ética; a segunda acaba com a votação secreta em processos de perda de mandato na Casa; e a terceira acaba com o voto secreto em qualquer tipo de sessão no Congresso Nacional.

‘Caso Renan’ – Esta semana será muito conturbada para o presidente do Senado. Nesta quarta-feira, Renan Calheiros vai enfrentar mais uma batalha no Conselho de Ética. O relator do segundo processo contra ele, senador João Pedro (PT-AM), irá ler seu texto final e dará seu parecer sobre a acusação de que o parlamentar alagoano teria revertido uma dívida de cerca de R$ 100 milhões da Schincariol com o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e a Receita Federal.

Em troca, a cervejaria teria comprado uma fábrica do seu irmão, o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB-AL), acima do preço de mercado.

Segundo rumores que circulam nos corredores do Congresso Nacional, João Pedro deve sugerir o arquivamento da denúncia, pois acredita que a denúncia está mais concentrada na Câmara, já que o irmão de Renan é o principal personagem da história. Se os membros do Conselho concordarem com o petista, o caso será arquivado.

Já na quinta-feira, a Mesa Diretora do Senado analisa nesta quinta-feira a quarta representação protocolada contra o peemedebista.

Neste caso, a ação do PSOL pede que o Conselho de Ética investigue a denúncia de que Renan teria participado de um esquema de arrecadação de propina em ministérios comandados pelo PMDB.

De acordo com o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), os sete integrantes da Mesa irão decidir se encaminham ou não a representação contra Renan ao Conselho de Ética com base em um parecer que será elaborado pela Advocacia-Geral do Senado. Caso a denúncia não seja aceita pela Mesa, ela será imediatamente arquivada.

Outras representações – Também está tramitando no Conselho de Ética, ainda sem relator, o terceiro processo contra Renan, em que ele é suspeito de ter utilizado ‘laranjas’ para adquirir meios de comunicação no Estado de Alagoas.

Já no primeiro processo, em que o peemedebista é acusado de ter contas pessoais pagas pela Construtora Mendes Júnior – no caso a pensão de uma filha que teve em um relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso -, Renan foi absolvido na semana passada pelo plenário do Senado e escapou de ter seu mandato cassado.