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Irã tem 40 mil camicases para defender instalações nucleares
Da AFP
16/04/2006 | 14:44
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O Irã formou um batalhão de suicidas para atacar objetivos americanos e britânicos caso as instalações nucleares da República Islâmica sejam alvo de ações militares, revela neste domingo o jornal The Sunday Times.

Segundo responsáveis iranianos, cerca de 40 mil camicases da Unidade Especial dos Guardas da Revolução estão treinados e prontos para agir.

Esta unidade especial de camicases foi identificada pelos serviços ocidentais em março passado, quando participava de uma parada militar. Seus membros levam cinturões explosivos, informa The Sunday Times.

Hassan Abbasi, responsável do Centro de Estudos Estratégicos Doutrinais dos Guardas da Revolução disse ao jornal que 29 objetivos ocidentais já estão definidos.

"Estamos prontos para atacar alvos sensíveis, americanos e britânicos, se eles atacarem nossas instalações nucleares", disse Abbasi em um discurso pronunciado recentemente e ao qual teve acesso o jornal inglês.

O responsável iraniano destacou que alguns destes alvos estão "muito próximos" da fronteira do Iraque.

O Sunday Times informa que em um posto de recrutamento para futuros membros da unidade de camicases em Teerã, os voluntários devem dizer se preferem atacar objetivos americanos no Iraque ou alvos israelenses.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, anunciou na terça-feira passada que o Irã conseguiu enriquecer urânio, desafiando a comunidade internacional, que analisa no momento possíveis sanções contra o regime de Teerã.

O chanceler iraniano, Manuchehr Mottaki, por sua vez, afirmou neste domingo que a persistente violência no Iraque significa que os Estados Unidos não estão em condições de desafiar militarmente o Irã por seu programa nuclear.

"Tentamos encontrar uma solução diplomática para o problema e os Estados Unidos deveriam perceber que não estão em posição de criar uma nova crise na região", afirmou Mottaki, citado pela agência oficial Irna.

"Mais de três anos se passaram desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque. Depois de todos estes anos, agora pedem ajuda", acrescentou, numa referência às conversações entre Washington e Teerã a respeito do Iraque previstas para breve.

Em entrevista ao jornal The New York Times, dois ex-membros do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos advertiram neste domingo que um ataque contra o Irã provocaria uma resposta duríssima, que provavelmente já está planejada e pronta.

"Qualquer campanha de bombardeios dos Estados Unidos simplesmente iniciará um processo em cadeia e crescente", escreveram Richard Clarke e Steven Simon - que coordenaram a política antiterrorista dos governos de Bill Clinton e George W. Bush.

Uma das primeiras atitudes do Irã será atacar instalações de petróleo no Golfo Pérsico, o que fará com que os preços do petróleo superem os 80 dólares por barril, alertaram.

Porém, além disso, podem atacar alvos americanos em todo o mundo, inclusive dentro dos Estados Unidos, afirmaram Clarke e Simon.

"Irã tem forças sob seu comando que são muito superiores a qualquer coisa que a Al-Qaeda tenha sido capaz de possuir", escreveram os especialistas.

"A organização terrorista libanesa Hezbollah tem alcance mundial e já tem antecedentes de ter funcionado como instrumento do Irã", acrescentaram.

Teerã está em posição de fazer com que a situação no Iraque seja muito pior para os Estados Unidos do que já é, segundo os ex-conselheiros.

"A Brigada Badr e outras milícias xiitas no Iraque poderiam iniciar uma campanha mortal contra as tropas britânicas e americanas. Tudo indica que o Irã já tem uma resposta planejada e pronta", concluíram.



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