Economia Titulo
Copom reduz taxa de juros para 19% ao ano
Do Diário OnLine
19/10/2005 | 20:24
Compartilhar notícia


Confirmando a expectativa do mercado financeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, por unanimidade, reduzir a taxa de juros da economia brasileira, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 19% ao ano. O viés não foi adotado, ou seja, os juros não poderão ser alterados até a próxima reunião do grupo. Este já é o segundo mês seguido que o Comitê corta a taxa.

"Avaliando que a flexibilização da política monetária neste momento não compromete as conquistas obtidas no combate à inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) para 19% ao ano, sem viés", afirmou o Copom por meio de nota.

A queda da inflação foi o principal fator levado em consideração pelo Copom. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acumula alta de 3,95% até setembro. Nos últimos 12 meses, o índice está em 6,04%. Apesar de a meta estipulada ser de 4,5%, o BC persegue uma taxa ajustada de 5,1% para 2005.

Esta é a segunda queda da Selic desde abril de 2004. Depois disso, o comitê endureceu a política monetária e, em seguida, passou a elevar a taxa. De setembro de 2004 a maio de 2005, a Selic foi elevada de 16% para 19,75%. Em junho, julho e agosto deste ano ela estava sendo mantida, com a justificativa da inflação. Mas em setembro a Selic foi reduzida em 0,25 ponto percentual.

A taxa Selic é um instrumento monetário utilizado pelo governo federal para conter a pressão inflacionária. Por meio da alta dos juros, a equipe econômica tenta frear o consumo da população e inibir a expansão dos preços. A definição da taxa leva em conta a previsão da inflação para os próximos 30 dias e as tendências momentâneas de queda ou elevação nos preços da economia.

Na quinta-feira da próxima semana o Copom divulgará a ata da reunião ocorrida nesta terça e quarta-feira.

Críticas - Apesar de já ser esperada, a redução foi criticada por muitas indústrias e investidores, que pedem uma queda mais expressiva da taxa.

De acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a decisão do Copom "é tímida para a economia e uma decepção para os trabalhadores". Já o diretor do departamento de economia do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Boris Tabacof, disse que "mais uma vez o Copom preferiu o rigor à superação de suas convicções conservadoras".

Um pouco mais sutil, o presidente da Abiesv (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo), Marcos Andrade, considerou a decisão coerente, mas ressaltou que esta atitude não salva o ano da cadeia varejista.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;