O presidente da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro), deputado Jorge Picciani (PMDB), afirmou nesta quinta-feira que reabrirá a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Loterj/Rioprevidência para que o sigilo de Waldomiro Diniz possa ser quebrado. Na quarta-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu o direito de as CPIs estaduais quebrarem o sigilo bancário dos investigados sem a prévia autorização da Justiça.

De acordo com o presidente da CPI, deputado Alessandro Calazans (PV), a decisão do Supremo é "um avanço da democracia e uma comprovação de que a CPI da Loterj esteve o tempo todo no caminho certo".

O relatório final da comissão denunciou Waldomiro Diniz por corrupção passiva, desobediência à lei de licitações e contratos, improbidade administrativa, captação irregular para campanha eleitoral e formação de quadrilha. Agora, com a quebra do sigilo bancário, o documento pode ganhar mais algumas denúncias.

A CPI da Loterj foi instalada em março, após a divulgação de um vídeo gravado em 2002 no qual Diniz, ex-presidente da Loterj, aparece pedindo propina e contribuições eleitorais ao empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em troca do dinheiro, prometia beneficiá-lo em uma concorrência pública.