Homens de uniforme, que escoltavam membros do partido do presidente Olusegun Obasanjo, abriram fogo contra militantes da oposição em Oporoma, uma aldeia situada no estado de Bayelsa (sudeste), segundo observadores sul-africanos. Seis morreram e cinco ficaram feridos.

Milhares de policiais e militares haviam sido mobilizados neste sábado no país para evitar incidentes, depois que o clima de tensão tornou-se mais agudo nos últimos dias, com a oposição acusando o Partido Democrático Popular (PDP) de Obasanjo de fraude eleitoral durante as parlamentares de 12 de abril passado.

Neste sábado, houve muitos tumultos na conflitiva região sudeste, tal como havia acontecido durante as legislativas e nas eleições para o senado. Atos de intimidação e tentativas de fraude caracterizaram a votação em boa parte desta região, segundo observadores.

A polícia nigeriana deteve 30 pessoas suspeitas de fraude no sudoeste do país, entre elas o ministro do Comércio e Indústria do Estado de Oyo, Olayiwola Salaudeen, membro da Aliança Democrática (AD), informou à AFP o porta-voz da polícia de Oyo, Ayo Babalola.

Mas no restante do país, eleitores, entusiastas e "orgulhosos de exercer seu direito cívico", se dirigiram às sessões eleitorais onde esperaram horas, em algunos casos, antes de poder votar.

Estas eleições, as primeiras desde o fim do governo militar, em 1999, constituem uma prova crucial para consolidar a democracia na Nigéria que nunca conseguiu realizar com sucesso a transição de um regime civil para outro; 61 milhões de nigerianos foram convocados para eleger o presidente e os governadores dos 36 Estados que compõem a federação nigeriana, o país mais povoado da África.

Estas eleições representam o segundo capítulo de uma série de pleitos, que começou no dia 12 de abril com a realização de eleições legislativas e senatoriais.