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Israel se prepara contra os falsos profetas do ano 2000
Do Diário do Grande ABC
28/10/1999 | 17:19
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A apenas dois meses para o Jubileu do ano 2000, Israel está se mobilizando contra a chegada de uma avalanche de iluminados cristaos pregando o retorno do Messias e o Julgamento Final. O ministro israelense de segurança interna, Shlomo Ben Ami, pediu uma estreita cooperaçao entre seus serviços e o FBI para identificar as seitas "com intençoes apocalípticas".

Segundo uma recente pesquisa, pelo menos 40% de americanos acreditam no fim dos tempos bíblicos. Um deles, que há seis meses passeava pelas ruas de Jerusalém vestido com uma toga, barbado e cabeludo, foi expulso há pouco. Dizia ser o "Profeta Elias" e afirmava que uma profecia de Ezequiel se realizará logo: o nascimento de uma fonte, anunciadora do fim dos tempos, no Monte do Templo, na Cidade Santa, onde está a esplanada das mesquitas de EL Aqsa e da Roca e que é o terceiro Lugar Santo do Isla.

Alguns extremistas judeus compartilham esta visao, na medida em que eles querem arrasar essas mesquitas, erguidas no local onde ficava o antigo Templo de Salomao, que esperam poder reconstruir.

O comandante da polícia do distrito de Jerusalém, Yair Yitzhaki, conta com 430 homens para zelar pela segurança da área e um orçamento especial de 12 milhoes de dólares foi aprovado para uma equipe especial de agentes policiais, do Shin Beth (segurança interna) e do Mossad (segurança externa), encarregado do expediente dessas seitas.

Israel espera a chegada de vários milhoes de peregrinos cristaos no Jubileu, especialmente devido a visita à Terra Santa do Papa Joao Paulo II, prevista para março. Os habitantes de Jerusalém ja estao acostumados à presença de "pessoas estranhas" que crêem encarnar personagens da Bíblia e do Novo Testamento. Nos supermercados da cidade nao é raro achar um "Joao Batista" ou um "Jesus" fazendo compras.

"Há pouco se assinalou a presença num mês de três Virgens Maria", indicou ao jornal Haaretz o médico Yair Bar-El, do hospital psiquiátrico de Guivat Shaul, em Jerusalém. O médico contou adeptos de 37 seitas cristas messiânicas entre os doentes da Síndrome de Jerusalém, patologia devido ao peso espiritual da Cidade Santa, que provoca angústia e necessidade de purificaçao.

"Alguns destes iluminados sao perigosos", declarou o comandante Yitzhaki. Em 11 de outubro passado, Israel expulsou 26 cristaos messiânicos extremistas e a mesma sorte correram em janeiro oito membros da seita Concerned Christians, suspeitos de suicídio coletivo.

Segundo a imprensa americana o guru da seita, Monte Kim Miller, profetizou que será morto nas ruas de Jerusalém em dezembro de 1999.

Yitzhaki prefere se antecipar e lembra o incêndio da mesquita de El Aqsa, provocado em 1969 pelo cristao australiano Dennis Michael Ronan.

Tampouco esquece o ataque homicida com gás sarin da seita Aum, no metrô de Tóquio, nem os suicídios coletivos dos adeptos da Ordem do Templo Solar, e, com maior razao, o sangrento ataque do FBI contra a fazenda-fortaleza de David Koresh, em Waco (Texas), em abril de 1993.

Este cristao, que lia de forma estranha as Santas Escrituras, tinha pedido para ser enterrado envolvido numa bandeira israelense.




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